São Paulo, quinta-feira, 08 de outubro de 2009

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RELATÓRIO GOLDSTONE

Palestino vê erro na anuência em adiar debate sobre Gaza

DA REDAÇÃO

O apoio ao adiamento da votação, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, do relatório que acusa Israel e Hamas de crimes de guerra no conflito na faixa de Gaza foi "um erro", admitiu ontem um auxiliar do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
A decisão, tomada há uma semana, postergou por seis meses a votação, que poderia remeter o texto ao Conselho de Segurança da ONU, e motivou duras críticas a Abbas na faixa de Gaza -controlada pelo Hamas- e na Cisjordânia -governada pela ANP.
"O que ocorreu foi um erro, mas que pode ser reparado", afirmou Abed Rabbo. "Nós temos a coragem de admitir que houve um erro."
O relatório da ONU, baseado em investigações lideradas pelo juiz sul-africano judeu Richard Goldstone, acusa Israel de uso desproporcional de força na ofensiva militar em Gaza em dezembro e janeiro últimos e de ter como alvo toda a população local, em vez de apenas o grupo radical palestino Hamas -também criticado no texto.
O conflito na região deixou 1.400 palestinos, na maioria civis, e 13 israelenses mortos.
O apoio ao adiamento por Abbas foi atribuído a intensas pressões de bastidores dos EUA, para quem uma eventual remissão do relatório ao CS poderia minar os esforços para o restabelecimento das negociações de paz entre Israel e palestinos.
Além da série de protestos contra o presidente da ANP, a decisão motivou o Hamas a pedir ontem o adiamento de uma reunião entre o grupo e o Fatah -partido de Abbas- marcada para o próximo dia 25 como mais um passo das negociações pela reconciliação, mediadas pelo Egito.
Em recuo, a ANP apoiou pedido da Líbia por reunião de emergência no CS para discutir o texto. O pedido foi aceito ontem, e a discussão ocorrerá em uma semana.

Com agências internacionais



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