São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2010

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ENTREVISTA

"Acidente pode causar danos às futuras gerações"

DE SÃO PAULO

A lama tóxica que já chegou ao rio Danúbio poderá afetar futuras gerações. Retirá-la é possível, mas o processo não é rápido e custa caro, disse à Folha Maria Olímpia de Oliveira Rezende, professora do Instituto de Química da USP-São Carlos. (LC)

 

Folha - O que exatamente é essa lama?
Maria Olímpia de Oliveira Rezende -
É uma "sopa de espécies metálicas", mistura de alumínio, ferro e outros elementos que são bastante tóxicos, como arsênio, cádmio e chumbo.

O que acontece a alguém que tem contato com ela?
Muitas espécies de elementos tóxicos que estão na lama podem ser absorvidas pela pele. Se a pele estiver suscetível por causa de queimaduras que elas próprias causam, podem chegar até a corrente sanguínea, ser armazenadas no fígado ou ir para o cérebro.

E o que acontece quando essa lama atinge a água?
Se a água for ingerida, pode causar a morte. Algumas dessas espécies [metálicas] podem causar problemas em bebês de mulheres grávidas que foram contaminadas. A próxima geração pode sofrer com isso.

É possível tirar essa lama e essas toxinas da água?
Na Europa, há rios que foram descontaminados. O Tâmisa [Londres] e o Sena [Paris] eram muito contaminados e hoje são limpos. Enquanto isso não for feito, a população não pode utilizar a água. O processo, porém, envolve muito dinheiro, tecnologia e não é rápido.
No entanto, é possível retirar [a lama]. Na Hungria, estão jogando gesso na água para que as espécies metálicas reajam na forma de sulfato, por exemplo, e fiquem menos solúveis, facilitando o trabalho manual ou com maquinário para retirá-las dos rios.


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