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São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

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REALEZA

Príncipe-herdeiro britânico desmente incidente relatado por ex-assessor e que a Justiça proibiu de ser publicado

Charles nega rumor de escândalo sexual

DA REDAÇÃO

O príncipe Charles assumiu a ofensiva para tentar sufocar um crescente escândalo ao se identificar como o membro da família real britânica acusado de envolvimento num suposto incidente comprometedor presenciado por um empregado. O inusitado é que o caso nem havia sido revelado.
O príncipe, por meio de assessor, negou que tenha havido o tal incidente, sem explicá-lo. Os detalhes do caso não puderam ser publicados porque um ex-empregado da família real conseguiu uma determinação judicial no último sábado proibindo o "The Mail on Sunday" de divulgá-los.
O anúncio do príncipe também ocorreu horas depois de o diário "The Guardian" conseguir anteontem na Justiça o direito de poder identificar quem era o empregado que havia imposto a derrota ao outro jornal. Ele é Michael Fawcett, ex-assessor pessoal de Charles até deixar o cargo em março por causa de uma disputa sobre a venda de objetos reais.
O comunicado afirma que o ex-empregado que seria a fonte da acusação já havia sofrido de estresse pós-traumático e de problemas com o álcool, após servir na Guerra das Malvinas (1982), e também já havia feito outras revelações não comprovadas pela polícia. Seu nome não é citado, mas a referência é a George Smith, que disse que havia sido estuprado por um colega dentro do palácio.
O secretário particular do príncipe, Michael Peat, afirmou que os rumores "totalmente absurdos" tiveram de ser negados porque estavam se espalhando demais. Os jornais britânicos publicaram ontem grandes textos sobre o imbróglio, mas foram vagos ao se referir à acusação contra Charles.
O "Independent" chamou de "incidente comprometedor". O "Times" falou em "incidente sexual envolvendo um ex-empregado da família real". As especulações começaram no mês passado, quando o ex-mordomo da princesa Diana Paul Burrell reafirmou que ela havia gravado um fita em que Smith acusava um colega de o ter estuprado. No dia 28, o jornal "The Daily Mirror", que publicou em forma de série o livro do ex-mordomo, afirmou que Smith também alegava que havia presenciado um ato sexual envolvendo um integrante da família real.
Alguns analistas avaliaram que, ao negar a acusação antes de ser revelada, Charles deu mais publicidade ao caso. "Eles pegaram um boato que centenas de pessoas sabiam da existência e transformaram num rumor sobre o qual milhões de pessoas estão se perguntando", disse o agente de celebridades Max Clifford. Charles estava em visita oficial a Omã ontem, onde fez várias piadas tentando mostrar bom humor.


Com o "Independent" e agências internacionais

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