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Dois estilos diferentes disputam nomeação para Tesouro
DO ENVIADO A CHICAGO
Centenas de pessoas assistiam à primeira entrevista de
Barack Obama como presidente eleito, na tarde de ontem no
salão de um hotel em Chicago.
À frente dele, jornalistas do
mundo inteiro. A seu lado e
atrás, os dois únicos membros
conhecidos de seu futuro governo: o vice-presidente, Joe
Biden, e o recém-anunciado
chefe-de-gabinete, Rahm Emanuel. E 16 dos 17 membros de
seu novo conselho econômico
de transição.
Entre esses pode estar o novo
secretário do Tesouro, que o
mercado americano e mundial
espera ansiosamente -e que o
presidente eleito disse ontem
ter "pressa calculada", com ênfase na palavra "calculada", em
nomear. Um dos candidatos
mais persistentes nas bolsas de
aposta sentou-se em frente a
Obama à mesa de reuniões, segundo mapa divulgado depois
pelos assessores, e estava ao lado direito do presidente eleito
na entrevista coletiva.
É Lawrence Summers, 57,
que ocupou o mesmo cargo durante parte do governo de Bill
Clinton, de 1999 a 2001, e foi
reitor da prestigiosa universidade Harvard, período que encerrou enfiando os pés pelas
mãos ao sugerir que diferenças
natas entre mulheres e homens
poderiam explicar por que as
primeiras eram menos bem-sucedidas em campos como
ciência e matemática.
Ele concorre principalmente
com Thimothy Geithner, 47,
que preside o Fed (banco central) de Nova York desde 2003.
O economista é um dos nomes
à frente do pacote de resgate do
mercado financeiro de US$ 700
bilhões aprovado pelo Congresso, é amigo de Ben Bernanke, presidente do Fed (o BC dos
EUA), confidente de Henry
Paulson, atual ocupante do cargo, e tem experiência em crises
internacionais.
São dois estilos diferentes, e
os analistas políticos e econômicos tentam ler nas estrelas
para qual lado Barack Obama
pende -se é que pende para um
dos dois, e não está pensando
num terceiro nome, como o do
veterano Paul Volcker, ex-presidente do Fed e conselheiro do
presidente-eleito desde o começo da campanha, ou William
Daley, CEO do JP Morgan Chase, um dos poucos bancos que
saíram bem da crise.
Geithner é da mesma geração de Obama, é conhecido por
não se envolver em política
partidária e tem enorme conhecimento da crise atual -foi
um dos primeiros a avisar de
sua possibilidade. Já Summers
conta com respeito no meio
acadêmico e subiu no barco de
Obama quando o então candidato não era o favorito. Mas é
ferrenho defensor de acordos
comerciais internacionais, o
que pode colocá-lo em choque
com o democrata.
Antes da entrevista coletiva,
Summers se recusou a comentar a luta pela vaga. Disse que
Obama "montará sua administração do jeito que ele achar
melhor. Meu papel é ajudar a
pensar em como ele pode fazer
a economia andar de novo com
firmeza, com grande energia,
neste momento crítico."
Depois, em conversa com
jornalistas, o assessor de imprensa da campanha democrata, Robert Gibbs, diria que Obama estava pensando nos nomes
"com muita calma, como fez tudo na campanha até agora". O
próprio Gibbs é um dos cotados
para assumir o cargo de porta-voz da Casa Branca, assunto
que também ele se recusou a
comentar.
(SD)
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