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SUCESSÃO NOS EUA / ATOLEIRO AFEGÃO
Casa Branca prega parceria com tribos e militares afegãos
Bush recomendará a Obama que invista em treinamento de tropas de Cabul e repita estratégia de aliança com milícias usada no Iraque
DA REDAÇÃO
A nova estratégia da Casa
Branca no combate à insurgência no Afeganistão deve se voltar para uma maior colaboração com o Exército e as tribos
locais, como parte de um esforço para começar a preparar a
retirada das tropas americanas.
Foi o que revelaram altas fontes dos EUA à agência de notícias Associated Press (AP).
Prevalece hoje, tanto no
atual governo americano como
nas fileiras do presidente eleito, Barack Obama, a visão de
que um dos desafios externos
mais urgentes da Casa Branca é
reforçar a luta ao Taleban, milícia afegã tirada do poder pelo
Exército americano há sete
anos mas que hoje domina
áreas inteiras do Afeganistão.
Antes de deixar o cargo, em
janeiro, o presidente George W.
Bush recomendará a Obama
que intensifique o treinamento
e a formação das forças afegãs
com o objetivo de aumentar o
número de soldados locais
prontos para o combate.
Segundo autoridades consultadas pela AP, o reforço do contingente afegão seria a opção
mais apropriada para preparar
a retirada das tropas americanas do país.
Um dos principais defensores da idéia de que os EUA devem repassar progressivamente o controle do território afegão a forças locais é o secretário
da Defesa de Bush, Robert Gates. Ele já havia defendido um
aumento do contingente afegão dos atuais 68 mil homens
para 134 mil até 2014 e, agora,
pede que o cumprimento da
meta seja antecipado em cerca
de dois anos.
Bush também pedirá a Obama que acate pedido do principal comandante americano no
Afeganistão, general David
McKiernan, de enviar 20 mil
soldados adicionais ao país em
2009 -atualmente, as forças
americanas e da Otan (aliança
militar ocidental) somam 70
mil homens.
Outra recomendação-chave
para o futuro da estratégia da
Casa Branca no Afeganistão foi
formulada anteontem pelo general David Petraeus, que acaba de assumir a chefia das operações militares americanas na
zona geográfica conhecida como Comando Central (Centcom), que inclui Oriente Médio
e Ásia Central.
Petraeus sugeriu aplicar ao
Afeganistão a mesma bem-sucedida estratégia de contra-insurgência que o consagrou no
comando das forças americanas no Iraque, onde cooptou
milicianos sunitas para abalar o
poder bélico do ramo local da
rede terrorista Al Qaeda.
"[O Afeganistão] é um país
em que o apoio das tribos, das
comunidades locais, é essencial
para o esforço geral. É um país
que não tem a tradição de um
governo central se estendendo
aos longínquos recantos de
suas Províncias e distritos",
disse Petraeus à AP.
Apesar dos temores de que a
estratégia de apoiar milícias locais não seja facilmente aplicada no Afeganistão, onde há 150
tribos com interesses divergentes, especula-se que as recomendações do atual governo
americano sejam acatadas tanto por Obama como por Cabul.
Com Associated Press
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