São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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Uruguai pedirá apoio do Brasil em incidente diplomático com a França

Sarkozy listou uruguaios entre paraísos fiscais e sugeriu que sofram isolamento internacional

Presidente José Mujica se reunirá com Cristina Kirchner e Tarso Genro; oposição cobra ação de parceiros do MERCOSUL

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

O presidente uruguaio José Mujica deve aproveitar a visita que faz hoje a Porto Alegre (RS) para pedir apoio do Brasil para resolver o incidente diplomático causado pela declaração do francês Nicolas Sarkozy, no G20, de que o Uruguai estaria incluído numa lista de paraísos fiscais.
A informação de que Mujica buscaria ajuda da Argentina e do Brasil foi dada pelo jornal uruguaio "El País". No Brasil, Mujica vai se encontrar com o governador Tarso Genro (PT). Na sexta, viaja a Buenos Aires, onde deve ter uma reunião com a presidente reeleita Cristina Kirchner.
Em Montevidéu, as palavras de Sarkozy tiveram forte repercussão. O subsecretario de Relações Exteriores, Roberto Conde, disse que França e Uruguai estavam diante de um "incidente diplomático sério".
O governo uruguaio chamou seu embaixador em Paris para consulta, e Mujica reuniu-se ontem com ministros para estudar uma ação.
Houve questionamentos da oposição ao fato de tanto Cristina como a presidente brasileira, Dilma Rousseff, terem estado na cúpula do G20 sem manifestar repúdio às declarações de Sarkozy. Brasil e Argentina são parceiros do Uruguai no Mercosul.
Segundo o Itamaraty, o Brasil por enquanto não se pronunciaria sobre o caso.
A declaração de Sarkozy foi feita no encerramento do encontro do G20, na sexta. O presidente francês apresentou uma lista de paraísos fiscais na qual o Uruguai figura ao lado de Antígua e Barbuda, Barbados, Botsuana, Brunei, Panamá, Seychelles, Trinidad e Tobago e Vanuatu. Ele disse que esses países poderiam ser isolados pela comunidade internacional.
Para tentar acalmar a tensão, o embaixador da França no Uruguai, Jean-Christophe Potton, disse que Sarkozy não falou em nome do governo francês, e sim pelo G20.


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