São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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Agência nuclear da ONU dirá que Irã sabe fazer a bomba

Afirmação é do diário americano "Washington Post", que atribui a informação a diplomatas ocidentais

Suposto fim militar de programa nuclear iraniano acentua os rumores de que Israel lançará ataque ao país

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

O próximo relatório da agência de energia atômica da ONU sobre o Irã trará os indícios mais claros até agora de que o país já reúne os principais elementos necessários para o desenvolvimento de armas nucleares.
É o que indica uma profusão de relatos de diplomatas ocidentais na imprensa dos EUA e do Reino Unido, às vésperas da entrega do dossiê ao conselho de diretores da Agência Internacional de Energia Atômica, amanhã.
As previsões aumentaram a expectativa e as tensões, em meio à nova onda de especulações sobre um possível ataque de Israel às instalações nucleares do Irã.
Segundo o jornal "The Washington Post", informações fornecidas pelos EUA "mostram que o governo do Irã domina os passos cruciais para construir uma arma nuclear, tendo recebido ajuda de cientistas estrangeiros".
O "New York Times" diz que o relatório não será conclusivo, mas apontará "possíveis dimensões militares" nas atividades nucleares do Irã.
Para os países que defendem mais pressão sobre o Irã, é prova suficiente de que o programa nuclear iraniano não tem apenas fins pacíficos, como afirma o governo.
A começar por Israel. "Temos a lanterna, a carroceria, as rodas e o volante, só falta chamar de carro", disse à Folha um diplomata israelense, que pediu sigilo de seu nome.
O governo americano também espera que o relatório dê mais argumentos para aumentar a pressão.
"Esperamos que ele ecoe e reforce o que nós temos dito sobre o comportamento do Irã e seu fracasso em cumprir suas obrigações internacionais", disse Jay Carney, porta-voz da Casa Branca.
O Irã chamou o relatório da AIEA de "fabricação".
O presidente Mahmoud Ahmadinejad acusou a agência de ser um instrumento da propaganda americana e israelense para justificar um ataque às instalações nucleares de seu país.
Como de hábito, pregou o fim de Israel. Em entrevista a um jornal egípcio, Ahmadinejad chamou o Estado judeu de "fígado transplantado que o corpo rejeitou".
Os rumores de que Israel estaria estudando a possibilidade de um ataque continuaram causando preocupação. Depois de França e Alemanha, ontem a Rússia advertiu os israelenses para que não sigam com o plano. "Isso poderia levar a consequências incalculáveis", disse o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.


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