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Testemunha em caso de ex-espião foi envenenada
Empresário Dimitri Kovtun encontrou-se com Alexander Litvinenko em Londres
Segundo a agência estatal russa Interfax, empresário está em coma; corpo de Litvinenko é enterrado em caixão selado em Londres
Cathal McNaughton/France Presse
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Corpo do ex-espião Litvinenko é sepultado no norte de Londres |
DA REDAÇÃO
Dimitri Kovtun, testemunha-chave no caso da morte do
ex-espião russo Alexander Litvinenko, é mais uma vítima de
envenenamento por substância radiativa, segundo a agência
de notícias Interfax. O empresário é um dos russos que encontrou Litvinenko em Londres no dia em que ele começou
a sentir os sintomas da substância radiativa polônio 210.
A agência estatal de notícias
russa informou ontem que
Kovtun está internado em um
hospital de Moscou e que seu
estado é crítico -ele teria entrado em coma logo após prestar depoimento a agentes russos e aos enviados da polícia
britânica Scotland Yard.
Mas Andrei Romashov, um
advogado ligado ao caso, afirmou ter entrado em contato
com representantes de Kovtun,
que negaram o fato de ele estar
em coma. "Ele se encontra no
mesmo estado em que estava
antes de falar com os investigadores", disse o advogado.
Ontem o corpo de Litvinenko, morto no último dia 23, foi
enterrado em Londres, no cemitério onde se encontra o túmulo do filósofo alemão Karl
Marx. O caixão foi selado para
evitar vazamento de radiação.
Cerca de 50 pessoas acompanharam o sepultamento, que,
além de familiares, foi presenciado pelo bilionário russo exilado em Londres Boris Berezovsky -em cujo escritório, visitado por Litvinenko, foram
encontrados rastros de radiação- e pelo líder separatista
tchetcheno Akhmed Zakayev.
Segundo o jornal britânico
"The Guardian", o ato foi interrompida quando um imã começou a recitar o Alcorão, o que
causou estranheza entre os
presentes. Alguns de seus familiares diziam que Litvinenko se
convertera ao islamismo poucos dias antes de morrer, informação que era contestada por
seus amigos próximos.
Ainda ontem, a Procuradoria
Geral russa anunciou que foi
aberta investigação criminal
sobre a morte de Litvinenko,
depois de a polícia britânica
passar a considerar a morte como assassinato. Os promotores
russos também deverão apurar
como tentativa de assassinato o
caso de Dimitri Kovtun.
O ex-premiê russo Yegor
Gaidar também acredita que
possa ter sido envenenado. Segundo artigo que escreveu para
o "Financial Times", ele passou
mal, na Irlanda, um dia depois
da morte de Litvinenko, mas já
se recuperou e não corre risco.
Enquanto as investigações
prosseguem na Rússia, a substância radiativa que matou o
ex-espião foi detectada em
mais sete pessoas em Londres.
Todas trabalham no bar do Hotel Millennium, onde Litvinenko encontrou os russos no começo de novembro. A quantidade encontrada, entretanto,
não representa risco.
Com agências internacionais
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