São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2010 |
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Governo Chávez obtém 1/5 de ações de canal opositor Movimento é feito depois de ordenada a liquidação de uma das empresas proprietárias da TV Globovisión Presidente não terá poder editoral e de indicar diretores; decisões são tomadas por maioria de 55% FLÁVIA MARREIRO DE CARACAS O governo Hugo Chávez anunciou ter assumido o controle de um quinto das ações do canal opositor Globovisión após ordenar a liquidação de uma das empresas proprietárias da TV. A companhia Sindicato Ávila, dona de 20% da emissora, está vinculada ao Banco Federal, sob intervenção do Estado desde junho por suposta falta de liquidez. A agência oficial de notícias informou ainda na noite de anteontem que outros 5,8% das ações da TV, pertencentes ao dono do Federal, Nelson Mezerhane, também estão bloqueados. Desde a ação contra o banco, Chávez vinha advertindo que seu governo atuaria para controlar parte da Globovisión, canal de aberta oposição ao governo. A SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) e a Relatoria para a Liberdade de Expressão da OEA (Organização dos Estados Americanos) criticam os processos legais envolvendo a TV, que classificam de intimidatórios. Além de Mezerhane, o acionista majoritário da Globovisión, Guillermo Zuloaga (45%), responde a processo na Justiça da Venezuela. Ambos estão foragidos e acusam o governo de perseguição política. Também dono de uma concessionária, Zuloaga é acusado de usura por supostamente esconder veículos em sua residência. Ontem, Mezerhane divulgou carta aberta na qual diz que "o propósito final [do governo]" é "silenciar o único meio televisivo que diz e informa sobre seus atropelos à democracia". Prometeu não descansar até ver Chávez "julgado e condenado" num tribunal internacional e negou que a empresa Sindicato Ávila seja ligada ao Federal. SEM VOTO Em princípio, Chávez não terá poder sobre a linha editorial da Globovisión nem poderá indicar seus diretores. O motivo é que as decisões da junta controladora são tomadas por votos de 55% dos acionistas. Porém, o presidente já insinuou, no passado, que tem na mira outros 20% da empresa controladora. Trata-se da participação de Luis Teófilo Nuñez, morto em 2007. Chávez afirmou haver um vazio legal sobre o direito de herança em caso de concessões do Estado. A advogada da Globovisión, Ana Cristina Núnez, chamou ontem de "confusa" as informações do governo sobre o caso. A advogada foi acompanhada por funcionários do canal, vestidos de branco. Em 2007, o governo venezuelano foi duramente criticado por não renovar a concessão da RCTV, abertamente oposicionista e então canal mais popular do país. Texto Anterior: EUA veem "boa notícia" em detenção Próximo Texto: EUA-Rússia: Países chegam a acordo para deter risco nuclear Índice | Comunicar Erros |
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