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AFEGANISTÃO
É para "reconciliação"
Karzai propõe diálogo com deposto Taleban
DA ASSOCIATED PRESS
O presidente do Afeganistão,
Hamid Karzai, convidou ontem o
mulá Omar, chefe do deposto Taleban, a deixar a clandestinidade e
a contatar o governo para negociar processo de reconciliação.
O Taleban é o grupo radical islâmico que governava o país até o
final de 2001. Foi deposto durante
a guerra desencadeada em represália a seu apoio explícito ao terrorismo da Al Qaeda.
Desde então, ele tem periodicamente lançado atentados a grupos rivais ou a militares da Otan,
que garantem a segurança afegã.
Suas incursões já provocaram
cerca de 1.600 mortes.
Karzai disse que "gostaria que
todos os afegãos, sejam ou não do
Taleban, voltem ao país e participem da vida política, onde seriam
sempre bem-vindos".
Indagado se incluía o mulá
Omar, respondeu que sim, com a
ressalva de que "seria preciso saber o que eles têm a nos propor".
Omar tem afinidades com Osama bin Laden. Os serviços de inteligência americanos acreditam
que ambos se escondam na região
fronteiriça entre o Afeganistão e o
Paquistão. Apesar da oferta de
diálogo, o presidente afegão disse
que prosseguirá a caça aos dois
extremistas islâmicos.
Em entrevista à Associated
Press, Karzai também disse prever que ataques suicidas prosseguirão "ainda por um bom tempo" em seu país. Foram duas dezenas de atentados do gênero nos
quatro últimos meses. Homens-bomba eram antes disso bastante
raros no Afeganistão.
Um dos comandantes do Taleban reivindicou recentemente esses ataques e disse dispor de 200
voluntários para praticá-los.
Apesar do incremento da violência, o presidente afegão disse
que as tropas da Otan (aliança militar ocidental) devem evitar "táticas agressivas" em busca de terroristas. Condenou bombardeios de
aldeias e a invasão de domicílios
sem permissão do governo local.
Karzai também se referiu ao tráfico de ópio e heroína, que voltou
a crescer desde a deposição do governo radical islâmico. Afirmou
que a proliferação desses dois
produtos "ameaça a existência do
Afeganistão como nação".
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