São Paulo, segunda-feira, 09 de janeiro de 2006

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AFEGANISTÃO

É para "reconciliação"

Karzai propõe diálogo com deposto Taleban

DA ASSOCIATED PRESS

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, convidou ontem o mulá Omar, chefe do deposto Taleban, a deixar a clandestinidade e a contatar o governo para negociar processo de reconciliação.
O Taleban é o grupo radical islâmico que governava o país até o final de 2001. Foi deposto durante a guerra desencadeada em represália a seu apoio explícito ao terrorismo da Al Qaeda.
Desde então, ele tem periodicamente lançado atentados a grupos rivais ou a militares da Otan, que garantem a segurança afegã. Suas incursões já provocaram cerca de 1.600 mortes.
Karzai disse que "gostaria que todos os afegãos, sejam ou não do Taleban, voltem ao país e participem da vida política, onde seriam sempre bem-vindos".
Indagado se incluía o mulá Omar, respondeu que sim, com a ressalva de que "seria preciso saber o que eles têm a nos propor".
Omar tem afinidades com Osama bin Laden. Os serviços de inteligência americanos acreditam que ambos se escondam na região fronteiriça entre o Afeganistão e o Paquistão. Apesar da oferta de diálogo, o presidente afegão disse que prosseguirá a caça aos dois extremistas islâmicos.
Em entrevista à Associated Press, Karzai também disse prever que ataques suicidas prosseguirão "ainda por um bom tempo" em seu país. Foram duas dezenas de atentados do gênero nos quatro últimos meses. Homens-bomba eram antes disso bastante raros no Afeganistão.
Um dos comandantes do Taleban reivindicou recentemente esses ataques e disse dispor de 200 voluntários para praticá-los.
Apesar do incremento da violência, o presidente afegão disse que as tropas da Otan (aliança militar ocidental) devem evitar "táticas agressivas" em busca de terroristas. Condenou bombardeios de aldeias e a invasão de domicílios sem permissão do governo local.
Karzai também se referiu ao tráfico de ópio e heroína, que voltou a crescer desde a deposição do governo radical islâmico. Afirmou que a proliferação desses dois produtos "ameaça a existência do Afeganistão como nação".


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