São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2009

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População fica entre suicidas e militares

DO "NEW YORK TIMES", EM GAZA

A emergência do hospital Shifa, na Cidade de Gaza, nunca é calma, mas ontem esse ambiente de desespero foi também uma lição de como a população comum está prensada entre combatentes suicidas e o poderio israelense.
O cirurgião Awni al Jaru, 37, correu para o hospital, trajando seu jaleco. Mas não foi trabalhar. Ele contou que militantes do Hamas próximos de seu prédio lançaram morteiros. Israel atacou de volta com força, e seu apartamento foi atingido. Sua mulher, Albina, natural da Ucrânia, e seu filho de um ano foram mortos.
Minutos depois, chegou um homem de 21 anos que tinha estilhaços na perna esquerda e exigia tratamento rápido. Era da Jihad Islâmica, e exibia um grande sorriso. "Rápido, eu tenho que voltar, assim posso continuar lutando."
Ouviu que havia casos mais sérios e que teria que esperar. Mas insistiu. "Estamos lutando com os israelenses", disse, sorrindo. "Por que está tão feliz?", perguntou um repórter. "Não vê tanta gente sofrendo?". "Eles perderam seus entes queridos como mártires. Deveriam estar felizes. Quero ser mártir também", respondeu.


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