São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

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CHINESES NA ÁFRICA

Hu diz que não pretende "neocolonizar" continente

DO "MONDE", EM JOHANESBURGO

Na sexta escala de sua visita de 12 dias a oito países da Africa, o presidente chinês, Hu Jintao, disse em Pretória, África do Sul, que a China não assumiu uma atitude "neocolonialista" em relação ao continente.
Cada vez mais presentes na África, os chineses ao mesmo tempo atraem e causam inquietação, e protestos contra eles começam a surgir em alguns países.
A etapa mais difícil da viagem diplomática do presidente chinês foi a visita à Zâmbia, onde suas jornadas ao interior do país foram canceladas pelos anfitriões. Hu deveria ter visitado uma mina de cobre em Chambisi, onde 50 trabalhadores morreram em uma explosão em abril de 2005.
No final de janeiro, os operários da Mulungushi, uma das maiores produtoras de têxteis da Zâmbia, se manifestaram diante da embaixada chinesa na capital do país, Lusaka, em protesto contra os baixos salários e as más condições de trabalho. Alguns dias antes, a direção da Mulungushi, empresa de capital chinês, havia anunciado a dispensa temporária de cerca de 700 operários.
A acolhida um tanto fria não impediu o líder chinês de prometer US$ 800 milhões em investimentos na mina de Chambishi, bem como o perdão de dívidas de US$ 7,9 milhões do governo da Zâmbia com o seu país.
Na África do Sul, por outro lado, a acolhida que ele recebeu foi muito calorosa, e sua estadia não resultou em quaisquer incidentes, mesmo que a Cosatu, a poderosa central sindical sul-africana, tenha expressado certas reservas quanto às intenções chinesas. O presidente Thabo Mbeki assumiu a defesa da China, garantindo que, em sua opinião, o país não reproduziria "as relações econômicas históricas do colonialismo".


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