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China passa UE e vira maior parceira comercial de Teerã
DO "FINANCIAL TIMES"
A China superou a União Europeia e se tornou o maior parceiro comercial do Irã, de acordo com uma análise dos elos comerciais entre os dois países.
O relacionamento econômico cada vez mais forte entre Pequim e Teerã é um dos motivos
subjacentes da relutância da
China a reforçar as sanções
econômicas impostas ao Irã,
enquanto os países ocidentais
ampliam campanha para conter a ambição nuclear de Teerã.
Dados oficiais ainda retratam a UE como maior parceria
comercial de Teerã, com US$
35 bilhões em 2008, ante US$
29 bilhões para a China. Mas
esses números disfarçam o fato
de que boa parte do comércio
iraniano com os Emirados Árabes Unidos consiste de bens canalizados de ou para a China.
Majid-Reza Hariri, vice-presidente da Câmara de Comércio Irã-China, disse que trasbordos à China respondiam por
mais de metade dos US$ 15 bilhões anuais em comércio entre Teerã e os emirados.
Se esse dado for levado em
conta, o comércio chinês com o
Irã totaliza no mínimo US$
36,5 bilhões, mais que o total de
todo o bloco europeu. Não é
possível chegar a uma conclusão definitiva porque não está
claro que fatia do comércio iraniano com a UE é canalizada
via Emirados Árabes Unidos.
O Irã importa bens de consumo e maquinaria da China e exporta ao país petróleo, gás natural e petroquímicos.
Hoje, a China depende do Irã
para 11% de suas necessidades
energéticas, de acordo com a
câmara de comércio. No passado, a China permitiu a aprovação de três resoluções da ONU
impondo sanções ao Irã. Mas o
embaixador do país enfatizou a
necessidade de negociações.
"Nossa abordagem é a de que
o diálogo e as negociações sempre produzem resultados melhores", disse Xie Xiaoyan, embaixador chinês em Teerã. "As
sanções não produzirão os resultados almejados [pelo Ocidente], por mais paralisantes
que sejam".
Mas alguns analistas enfatizam que essa posição possa
mudar. Yin Gang, especialista
em assuntos do Oriente Médio
na Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que "a China
é extremamente cautelosa em
seus tratos com o Irã, mesmo
no comércio e energia. Os chineses não mantêm relacionamento estreito demais com o
Irã porque poderia prejudicar
suas relações com muitos outros países."
Caso a China impeça o Conselho de Segurança de aprovar
as sanções na ONU, EUA e UE
ainda teriam a opção de impor
medidas unilaterais. A questão
é determinar se os elos entre
Irã e China atenuariam o impacto dessas medidas.
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