São Paulo, terça-feira, 09 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Kirchner se recupera bem depois de cirurgia

Médico diz que ex-presidente argentino deve deixar o hospital em até 72 horas

Marido da atual mandatária foi operado anteontem à noite para desobstrução de carótida; Cristina retoma agenda e agradece apoio

SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES


O ex-presidente argentino Néstor Kirchner, 59, marido da atual presidente, Cristina Kirchner, se recupera bem da cirurgia de urgência que sofreu anteontem à noite para retirar uma "placa ulcerada" que obstruía sua carótida direita.
"Nas primeiras horas de pós-operatório, Néstor Kirchner evolui satisfatoriamente, com todos os parâmetros vitais normais", informou boletim divulgado ontem pela equipe médica da Presidência.
O cirurgião Victor Caramutti, que operou Kirchner, estimou ontem que ele tenha alta "em 48h ou 72h" e disse que a retomada de suas atividades deverá ser "progressiva".
Segundo Caramutti, a cirurgia foi preventiva, para evitar que a obstrução provocasse um AVC (acidente vascular cerebral). Kirchner sentiu formigamento e rigidez no lado esquerdo do corpo, na manhã de domingo. Diagnosticada a placa na carótida, os médicos decidiram operá-lo. A cirurgia durou menos de duas horas.
Cristina, que havia passado a noite no hospital junto ao marido e anunciara a suspensão de suas atividades de ontem, decidiu retomar a agenda presidencial no fim da tarde.
Na periferia de Buenos Aires, ela assistiu à inauguração de hipermercado de uma rede conveniada ao programa social do governo que destina verba assistencial a filhos menores de pais desempregados.
Com olhos vermelhos e num tom comovido, Cristina falou sobre o marido: "Ele está muito bem. Tão bem que me ligou há cinco minutos. Agradeço a todos pela preocupação e pelo carinho. Adiante, sempre".
Um esportista que foi ontem ao hospital levar apoio à família Kirchner contou que o ex-presidente indagou o placar do jogo entre seu time, o Racing, e o Arsenal, disputado no domingo -4 a 2 para o Arsenal.

Denúncia
A frente opositora Coalizão Cívica reforçou ontem a denúncia contra Kirchner a respeito da compra de US$ 2 milhões, que ele efetuou em outubro de 2008, revelada no último dia 31 pelo jornal "Perfil".
O partido já havia feito denúncia por suposto uso de "informação privilegiada" -a compra foi feita pouco antes de uma desvalorização do peso decorrente de medidas adotadas pelo governo.
Agora, a sigla pede que se investigue se Kirchner pressionou o então presidente do Banco Central para promover a desvalorização da moeda.
Na semana passada, Kirchner lidou com a polêmica gerada pela revelação da compra de dólares, que ele diz ter sido para adquirir um hotel na Patagônia em uma operação em moeda americana -não teria havido, portanto, vantagem cambial.


Texto Anterior: Repressão: EUA e UE temem ações no aniversário da revolução no Irã
Próximo Texto: Sem Lula, Unasul debate hoje ajuda ao Haiti
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.