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Kirchner se recupera bem depois de cirurgia
Médico diz que ex-presidente argentino deve deixar o hospital em até 72 horas
Marido da atual mandatária foi operado anteontem à noite para desobstrução de carótida; Cristina retoma agenda e agradece apoio
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
O ex-presidente argentino
Néstor Kirchner, 59, marido da
atual presidente, Cristina
Kirchner, se recupera bem da
cirurgia de urgência que sofreu
anteontem à noite para retirar
uma "placa ulcerada" que obstruía sua carótida direita.
"Nas primeiras horas de pós-operatório, Néstor Kirchner
evolui satisfatoriamente, com
todos os parâmetros vitais normais", informou boletim divulgado ontem pela equipe médica
da Presidência.
O cirurgião Victor Caramutti, que operou Kirchner, estimou ontem que ele tenha alta
"em 48h ou 72h" e disse que a
retomada de suas atividades
deverá ser "progressiva".
Segundo Caramutti, a cirurgia foi preventiva, para evitar
que a obstrução provocasse um
AVC (acidente vascular cerebral). Kirchner sentiu formigamento e rigidez no lado esquerdo do corpo, na manhã de domingo. Diagnosticada a placa
na carótida, os médicos decidiram operá-lo. A cirurgia durou
menos de duas horas.
Cristina, que havia passado a
noite no hospital junto ao marido e anunciara a suspensão de
suas atividades de ontem, decidiu retomar a agenda presidencial no fim da tarde.
Na periferia de Buenos Aires,
ela assistiu à inauguração de hipermercado de uma rede conveniada ao programa social do
governo que destina verba assistencial a filhos menores de
pais desempregados.
Com olhos vermelhos e num
tom comovido, Cristina falou
sobre o marido: "Ele está muito
bem. Tão bem que me ligou há
cinco minutos. Agradeço a todos pela preocupação e pelo carinho. Adiante, sempre".
Um esportista que foi ontem
ao hospital levar apoio à família
Kirchner contou que o ex-presidente indagou o placar do jogo entre seu time, o Racing, e o
Arsenal, disputado no domingo
-4 a 2 para o Arsenal.
Denúncia
A frente opositora Coalizão
Cívica reforçou ontem a denúncia contra Kirchner a respeito da compra de US$ 2 milhões, que ele efetuou em outubro de 2008, revelada no último dia 31 pelo jornal "Perfil".
O partido já havia feito denúncia por suposto uso de "informação privilegiada" -a
compra foi feita pouco antes de
uma desvalorização do peso decorrente de medidas adotadas
pelo governo.
Agora, a sigla pede que se investigue se Kirchner pressionou o então presidente do Banco Central para promover a
desvalorização da moeda.
Na semana passada, Kirchner lidou com a polêmica gerada pela revelação da compra de
dólares, que ele diz ter sido para
adquirir um hotel na Patagônia
em uma operação em moeda
americana -não teria havido,
portanto, vantagem cambial.
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