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ELEIÇÃO NOS EUA
Casa Branca ressalta que "eleitores americanos" escolhem presidente
Kerry diz ter apoio de líderes globais
DA REDAÇÃO
O democrata John Kerry, virtual candidato do partido à Presidência, detonou ontem a primeira bomba da campanha ao afirmar que líderes políticos estrangeiros lhe disseram querer que ele
bata o presidente George W. Bush
(republicano) em novembro.
Sua afirmação, feita numa reunião para arrecadar fundos, gerou
uma resposta irônica da Casa
Branca. Esta ressaltou que "eleitores americanos, não líderes estrangeiros, decidirão quem se tornará presidente".
Mas o episódio mostrou o
quanto a política externa, tema
normalmente negligenciado tanto pelos políticos quanto pelos
eleitores, poderá ser central na
campanha desta vez.
Numa reunião na Flórida, Estado que, ao lado do Texas, de Mississippi e da Loiusiana, realiza
prévia eleitoral hoje, Kerry não revelou quais líderes internacionais
disseram apoiar sua candidatura,
porém afirmou ter encontrado
vários que gostariam de ver uma
"nova política externa" adotada
pelos EUA.
Embora a eleição presidencial
só venha a ocorrer em oito meses,
o democrata já vem atacando diversos aspectos da política externa da atual administração, sobretudo no que se refere à situação
atual do Iraque, à do Afeganistão
e à do Haiti.
Mais uma vez, a eleição presidencial deverá ser muito disputada na Flórida, onde algumas centenas de votos foram decisivos na
eleição de 2000, dando a vitória a
Bush após decisões judiciais e
inúmeras recontagens de votos.
Ontem Kerry afirmou que não
permitirá a existência de novas recontagens de votos. "Vamos verificar cada local de votação. Se
houver problemas com eleitores
democratas, entraremos com
ações legais desde o início", declarou o senador por Massachusetts.
Kerry anunciou que terá uma
equipe de especialistas em direito
eleitoral a postos no dia da votação. "Penso que todos os votos
têm de ser contados corretamente, já que todos os americanos
merecem ser ouvidos", afirmou o
democrata.
Bush também intensificou seus
ataques a seu virtual adversário.
"Meu oponente tem convicções.
Porém ele nunca as mantém por
muito tempo", declarou o presidente num comício em Dallas, no
Texas. "O senador Kerry já está há
muito tempo em Washington.
Nesse tempo, ele já disse que concordava com tudo e que discordava de tudo."
Em duas reuniões para arrecadar fundos, Bush pretendia obter
US$ 3 milhões no Estado, que é rico em petróleo, somente ontem.
Na Flórida, Kerry defendeu-se
dos ataques que vem recebendo
dos republicanos desde que se
transformou no mais forte pré-candidato democrata. "Eles vão
tentar destruir minha reputação
aos olhos dos americanos. Tentarão fazer o mesmo com Teresa
[mulher de Kerry]. É dessa forma
que eles trabalham", disse o senador, aludindo aos republicanos.
Pesquisa
Se o pleito fosse hoje, Kerry bateria Bush, segundo pesquisa do
Gallup (encomendada pela CNN
e pelo "USA Today"). O senador
teria 52% dos votos, o presidente
ficaria com 44%, e o independente Ralph Nader teria 2%. A pesquisa foi feita entre 5 e 7 de março
e ouviu 1.005 adultos. A margem
de erro não foi divulgada.
Com agências internacionais e o diário
"The Independent"
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