São Paulo, terça-feira, 09 de março de 2004

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ELEIÇÃO NOS EUA

Casa Branca ressalta que "eleitores americanos" escolhem presidente

Kerry diz ter apoio de líderes globais

DA REDAÇÃO

O democrata John Kerry, virtual candidato do partido à Presidência, detonou ontem a primeira bomba da campanha ao afirmar que líderes políticos estrangeiros lhe disseram querer que ele bata o presidente George W. Bush (republicano) em novembro.
Sua afirmação, feita numa reunião para arrecadar fundos, gerou uma resposta irônica da Casa Branca. Esta ressaltou que "eleitores americanos, não líderes estrangeiros, decidirão quem se tornará presidente".
Mas o episódio mostrou o quanto a política externa, tema normalmente negligenciado tanto pelos políticos quanto pelos eleitores, poderá ser central na campanha desta vez.
Numa reunião na Flórida, Estado que, ao lado do Texas, de Mississippi e da Loiusiana, realiza prévia eleitoral hoje, Kerry não revelou quais líderes internacionais disseram apoiar sua candidatura, porém afirmou ter encontrado vários que gostariam de ver uma "nova política externa" adotada pelos EUA.
Embora a eleição presidencial só venha a ocorrer em oito meses, o democrata já vem atacando diversos aspectos da política externa da atual administração, sobretudo no que se refere à situação atual do Iraque, à do Afeganistão e à do Haiti.
Mais uma vez, a eleição presidencial deverá ser muito disputada na Flórida, onde algumas centenas de votos foram decisivos na eleição de 2000, dando a vitória a Bush após decisões judiciais e inúmeras recontagens de votos.
Ontem Kerry afirmou que não permitirá a existência de novas recontagens de votos. "Vamos verificar cada local de votação. Se houver problemas com eleitores democratas, entraremos com ações legais desde o início", declarou o senador por Massachusetts.
Kerry anunciou que terá uma equipe de especialistas em direito eleitoral a postos no dia da votação. "Penso que todos os votos têm de ser contados corretamente, já que todos os americanos merecem ser ouvidos", afirmou o democrata.
Bush também intensificou seus ataques a seu virtual adversário. "Meu oponente tem convicções. Porém ele nunca as mantém por muito tempo", declarou o presidente num comício em Dallas, no Texas. "O senador Kerry já está há muito tempo em Washington. Nesse tempo, ele já disse que concordava com tudo e que discordava de tudo."
Em duas reuniões para arrecadar fundos, Bush pretendia obter US$ 3 milhões no Estado, que é rico em petróleo, somente ontem.
Na Flórida, Kerry defendeu-se dos ataques que vem recebendo dos republicanos desde que se transformou no mais forte pré-candidato democrata. "Eles vão tentar destruir minha reputação aos olhos dos americanos. Tentarão fazer o mesmo com Teresa [mulher de Kerry]. É dessa forma que eles trabalham", disse o senador, aludindo aos republicanos.

Pesquisa
Se o pleito fosse hoje, Kerry bateria Bush, segundo pesquisa do Gallup (encomendada pela CNN e pelo "USA Today"). O senador teria 52% dos votos, o presidente ficaria com 44%, e o independente Ralph Nader teria 2%. A pesquisa foi feita entre 5 e 7 de março e ouviu 1.005 adultos. A margem de erro não foi divulgada.


Com agências internacionais e o diário "The Independent"


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