São Paulo, domingo, 09 de março de 2008

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Premiê sérvio renuncia após rompimento da coalizão

DA REDAÇÃO

Menos de um mês depois da declaração de independência da ex-Província de Kosovo, o premiê da Sérvia, Vojislav Kostunica, renunciou ontem ao posto devido ao rompimento da coalizão que sustentava o governo. "O gabinete, que não tem políticas unidas, não pode funcionar. É o fim do governo", disse o líder numa entrevista coletiva. "Convoquei uma reunião de gabinete para o dia 10 de março para discutir a dissolução do Parlamento".
Ele afirmou que proporá ao presidente Boris Tadic, reeleito recentemente, a convocação de novas eleições para o dia 11 de maio, data em que já ocorreriam pleitos regionais.
Em um comunicado, Tadic se disse favorável à convocação das eleições, que vê como "uma forma democrática de superar a crise política".
O gabinete, constituído por conservadores nacionalistas ligados a Kostunica e democratas pró-Ocidente aliados a Tadic, fora formado em maio último, após meses de negociações.
O líder nacionalista acusou indiretamente os sócios pró-ocidentais da coalizão de desistir de defender a soberania da Sérvia sobre Kosovo.
Ele disse que uma parte da coalizão só admite fazer parte da União Européia (UE) se a independência de Kosovo, já reconhecida por dois terços dos membros da UE, for revogada, enquanto a maioria dos sócios no governo não quer relacionar a entrada no bloco europeu à questão de Kosovo.
O Partido Democrático da Sérvia, de Kostunica, disse que apoiará uma moção parlamentar que exige da UE que confirme de forma "clara e não ambígua" a integridade territorial da Sérvia para dar continuidade às negociações para a integração do país à UE. O Partido Democrata, do presidente Boris Tadic, se opôs a essa moção numa reunião de gabinete no começo da semana. Os partidos pró-UE dizem que a moção não vai trazer Kosovo de volta, mas apenas impedir a Sérvia de juntar-se ao bloco.
Para Tadic, a disputa com o grupo de Kostunica não é sobre Kosovo. "A questão é que o governo sérvio não tem uma posição unida sobre perspectivas européias e econômicas."


Com agências internacionais


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