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Doze mil soldados dos EUA sairão até setembro do Iraque
Retirada de duas brigadas nos próximos seis meses é primeira ação prática para cumprir promessa de deixar país até 2011
Pouco antes do anúncio, Bagdá foi alvo do atentado suicida mais mortífero dos últimos meses, que matou pelo menos 28 pessoas
Bassim Shati/Reuters
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Iraquianos carregam caixão de uma das vítimas do atentado suicida ocorrido ontem, em Bagdá
DA REDAÇÃO
No mesmo dia em que um
atentado em Bagdá deixou ao
menos 28 mortos, o Exército
dos EUA anunciou ontem a saída de 12 mil dos 142 mil soldados que mantém no Iraque -a
primeira iniciativa prática, sob
o governo de Barack Obama, do
plano de retirada das tropas.
A promessa de Obama é tirar
do Iraque pelo menos 90 mil
soldados até 31 de agosto de
2010 e aumentar a presença
americana no Afeganistão.
Em comunicado, as Forças
Armadas dos EUA anunciaram
que duas brigadas de combate,
totalizando 12 mil homens, deixarão o país até setembro. "O
momento e as condições são
propícios para as forças de coalizão reduzirem o número de
tropas no país", disse o general
Ray Odierno, referindo-se à
gradativa e lenta diminuição da
violência sectária no Iraque
-onde ao menos 91 mil locais e
4.500 soldados dos EUA foram
mortos em seis anos.
Outros 4.000 soldados do
Reino Unido -principal aliado
americano na invasão do Iraque em 2003- também serão
dispensados em breve.
Depois da prometida saída
das tropas, em 2010, ainda ficarão no Iraque até o final de 2011
-prazo final estabelecido em
acordo com o Iraque ainda sob
George W. Bush- entre 35 mil
e 50 mil militares americanos
em missões de apoio às forças
iraquianas e contraterrorismo .
Já o Afeganistão -onde as
condições de segurança vêm
piorando- receberá o reforço
de 17 mil soldados, o que aumentará o contingente americano no país para 55 mil.
Atentado
Pouco antes do anúncio do
Exército americano, um homem-bomba provocou uma explosão perto da principal academia de polícia de Bagdá, matando ao menos 28 pessoas
-cinco policiais- e ferindo 57,
algumas delas com gravidade.
Foi o mais mortífero atentado na capital neste ano. Até o
fechamento desta edição, ninguém havia assumido a autoria
do ataque, mas homens-bomba
são comumente usados por extremistas sunitas com elos com
a Al Qaeda.
Apesar da redução da violência no país, as forças iraquianas
têm virado alvo de extremistas
à medida que -com os EUA ensaiando sua saída de cena- elas
ganham mais controle sobre a
segurança do país.
A academia policial já foi alvo
de diversos ataques, o mais recente em dezembro passado,
quando 33 pessoas morreram.
O major-general David Perkins, porta-voz do Exército, relativizou o impacto do atentado
de ontem, dizendo que a Al
Qaeda, suposta autora, teve sua
"capacidade [de ação] reduzida
e está tentando desesperadamente manter sua relevância
no Iraque". Ele defendeu que as
condições de segurança no país
"melhoraram imensamente" e
que a violência local chegou ao
menor nível desde a invasão.
As recentes eleições regionais transcorreram sem incidentes graves, e o pleito parlamentar, no final do ano, deve
ser um novo teste para a estabilidade no país.
O secretário de Defesa dos
EUA, Robert Gates, havia sugerido que os EUA devem estar
preparados para manter uma
"modesta" presença militar no
Iraque após 2011, caso as forças
iraquianas julguem necessário.
Mas ontem, o porta-voz do
governo iraquiano, Ali al Dabbagh, descartou a ideia: "Não
pretendemos aceitar de tropas
estrangeiras depois de 2011".
Com agências internacionais
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