São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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Em 1º teste eleitoral, vice vence Kirchners no norte

Apoiados por Cobos elegem maioria em Catamarca

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

O governo Cristina Kirchner saiu derrotado da primeira disputa nas urnas contra o vice-presidente, Julio Cobos, em uma prévia do pleito legislativo nacional de outubro.
As eleições legislativas na agrícola Província de Catamarca, no norte do país, marcaram o início do ano eleitoral no país. Ganharam relevância nacional por estarem polarizadas entre uma aliança apoiada pelo ex-presidente Néstor Kirchner, à frente do Partido Justicialista (peronista), e por setores da União Cívica Radical ligados a Cobos, rompido com o governo no ano passado por conta da crise com o setor rural.
Kirchner apoiou uma aliança peronista acordada com dirigentes que já foram seus inimigos -o senador Ramón Saadi e o sindicalista Luis Barrionuevo. Já Cobos é aliado do atual governador, Eduardo Brizuela del Moral, um ex-"radical K", como são chamados os integrantes da UCR que defenderam a chapa Cristina-Cobos na eleição presidencial de 2007.
Às 22h30 (horário de Brasília) de ontem, com 70,8% das urnas apuradas, a Frente Cívica e Social, apoiada por Cobos, liderava com 43,6% dos votos, contra 31,5% da Frente para a Vitória, de Kirchner.
Embora represente apenas 0,89% dos votos do país (cerca de 239 mil eleitores), a disputa em Catamarca -Província governada há 18 anos pela frente radical- teve participação intensa de funcionários do governo Cristina, que levaram promessas de obras e subsídios. Néstor Kirchner participou do ato de encerramento da campanha, na última quinta-feira.
É a primeira vez em que o kirchnerismo enfrenta nas urnas seus ex-aliados radicais, que foram para a oposição após o conflito do governo Cristina com ruralistas.
Catamarca votou ontem para eleger 21 deputados e 8 senadores provinciais, além de 50 vereadores e um prefeito.
O governador Brizuela del Moral, que buscou evitar nacionalizar o pleito durante a campanha, disse ontem que "a democracia triunfou". A aliança dos Kirchner admitiu a derrota.


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