|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMÉRICA CENTRAL
Presidente dos EUA inicia viagem à região afetada pelo furacão Mitch; país quer deportar 15 mil imigrantes
Clinton fala em ajuda e devolve ilegais
MARCELO DIEGO
de Nova York
O presidente dos EUA, Bill Clinton, iniciou ontem uma visita a
quatro países da América Central
devastados pelo furacão Mitch no
ano passado. Clinton viajou sem
dinheiro (o pacote de ajuda ainda
não foi aprovado pelo Congresso),
mas com uma delicada questão
política: o governo dos EUA liberou a deportação de cerca de 15 mil
centro-americanos ilegais no país.
A deportação deveria ter ocorrido antes, mas foi adiada por causa
do furacão, que passou pela América Central em outubro e novembro do ano passado, deixando cerca de 10,5 mil mortos, milhares de
desabrigados e causando prejuízos
de US$ 10 bilhões.
Agora, os EUA acreditam que é o
momento de mandar os centro-americanos de volta para casa. Os
governos locais não querem.
"O retorno deles vai nos causar
problemas trágicos de estabilidade", disse o presidente salvadorenho, Armando Calderón Sol.
Clinton iniciou a viagem pela Nicarágua ontem. Ele foi recebido
pelo presidente Arnoldo Alemán e
visitou a Província de Posoltega,
onde desabrigados ainda vivem
em barracas. Alemán disse que os
EUA querem que os nicaraguenses
voltem para casa, mas que eles não
encontrarão mais casas no país.
Um porta-voz da Presidência
disse que Clinton acredita que a região pode "receber seus cidadãos",
embora as deportações não devam
ocorrer de imediato.
A maioria dos futuros deportados é constituída por guatemaltecos e salvadorenhos. Além da Nicarágua, Clinton vai visitar El Salvador, Guatemala e Honduras.
O presidente dos EUA já destinou US$ 305 milhões aos países vítimas do furacão, mas espera a liberação de mais US$ 956 milhões.
Na Nicarágua, Clinton anunciou
que vai destinar US$ 10,6 milhões
para a Agência Internacional de
Desenvolvimento, que lida com as
consequências do Mitch.
Ele também vai adicionar 80 pessoas aos 450 membros do Corpo
da Paz (que desenvolve projetos de
agricultura, saúde e recuperação
da bacia hidrográfica da região) e
desembolsará US$ 12,5 milhões
em projetos educacionais, além de
US$ 1,8 milhão para a erradicação
de minas terrestres.
Clinton viaja sem a companhia
da mulher, Hillary. Alegando problemas num músculo das costas, a
primeira-dama preferiu ficar nos
EUA. Ela viajou para Utah, para se
encontrar com a filha, Chelsea.
Texto Anterior: Preço da fama: Lewinsky chora em lançamento de livro Próximo Texto: Área é "top ten' da imigração Índice
|