|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
UNIÃO ESTRATÉGICA
Aliança entre inimigos históricos se dá "nos níveis mais baixos", diz Ricardo Sanchez
Xiitas e sunitas
estão juntos, admite
general americano
DA REDAÇÃO
O principal comandante militar americano no Iraque, general Ricardo Sanchez, disse ontem que há indícios de ligações
"nos níveis mais baixos" entre
insurgentes xiitas e sunitas.
Foi a primeira vez que um personagem tão graduado admitiu
que a resistência à ocupação
possa estar gerando alguma forma de coalizão muçulmana.
Essa possibilidade tem sido levantada apenas entre especialistas e pesquisadores acadêmicos.
Um exemplo é Nadim Shehadi, do Instituto Real de Assuntos
Internacionais e da Universidade de Oxford. Ele disse à France
Presse que, quando se quer ocupar um país, pode-se fazê-lo de
duas formas -"dividindo-o para impor sua vontade, ou atacando a todos ao mesmo tempo,
o que unifica os adversários".
O mau exemplo dos britânicos
na Índia é agora seguido pelos
norte-americanos no Iraque, diz
o pesquisador britânico. A população passa a se unir em torno
de uma causa comum que ela
até então desconhecia.
A seu ver, os grupos religiosos
também buscam uma posição
de força para o momento da
passagem do poder a alguma
forma de autoridade local.
Todos querem se fortalecer
para ter mais espaço nesse novo
quadro político. Os americanos,
ao atacarem Moqtada al Sadr, líder radical xiita, "prestam-lhe
indiretamente um grande favor,
porque dão a ele uma importância que ele não tem".
Paul Beaver, especialista britânico em questões estratégicas,
afirma não haver uma aliança
sólida e durável entre xiitas e sunitas. É, a seu ver, "uma aliança
muito efêmera", por mais que
muçulmanos de todas as origens tenham deixado de lado
antigos ressentimentos para atacar um inimigo comum.
É o que já ocorrera durante as
Cruzadas, afirma ele.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Análise: Guerra urbana exigirá mais tropas e matará mais Próximo Texto: "Guerra sem Limites": Rice admite falha, mas defende Bush no 11/9 Índice
|