|
Texto Anterior | Índice
VENEZUELA
Apoio vai a 44,4%, contra 34,4% há 3 meses; militares são remanejados
Popularidade de Chávez aumenta após golpe
DA REDAÇÃO
A popularidade do presidente
da Venezuela, Hugo Chávez, subiu para 44,4%, segundo pesquisa
do instituto Datanálisis divulgada
ontem, após o frustrado golpe de
Estado que o tirou do cargo por
dois dias, no mês passado.
Em fevereiro, pesquisa do mesmo instituto indicava popularidade de 34,4%, o mais baixo índice
desde o início de seu governo, em
fevereiro de 1999.
A pesquisa divulgada ontem foi
realizada no dia 30 de abril, duas
semanas após o golpe, com 800
entrevistas em todo o país. A margem de erro é de 3,46 pontos percentuais.
Apesar da ligeira melhora, Chávez ainda enfrenta uma grande
oposição -54,4% dos entrevistados desaprovam seu governo. Entre as classes alta e média, 75,7%
não o apóiam -na classe baixa
seu apoio é de 55%.
Chávez é apontado por 25,1%
dos entrevistados como responsável pelas 17 mortes ocorridas
durante a megamanifestação do
dia 11 de abril, que antecedeu o
golpe. Os círculos bolivarianos,
grupos civis de apoio ao presidente, foram responsabilizados por
11,9%, e 10,8% disseram que o líder empresarial Pedro Carmona,
que assumiu a Presidência provisória durante o golpe, é o responsável pelas mortes.
Segundo a pesquisa, a população vê no prefeito da região metropolitana de Caracas, Alfredo
Peña, a principal voz da oposição,
mas o líder político considerado
mais importante continua sendo
Chávez, com 41,3%, seguido do
deputado Julio Borges, do partido
conservador Primero Justicia,
com 30%.
Expurgos
Quase um mês após o golpe
contra ele, Chávez está promovendo um expurgo entre os militares de alta patente e colocando
oficiais leais a ele no lugar, no intuito de prevenir a ocorrência de
um novo levante. Mas analistas
militares consideram que as mudanças podem ter efeito inverso,
inflando mais que reduzindo o
descontentamento dentro das
Forças Armadas, que foram a peça-chave do golpe que tirou Chávez do poder e depois o reconduziu ao cargo, dois dias depois.
Na última mudança da série que
vem afetando todas as forças, um
general que comandava uma unidade de tanques de elite em Valencia, a oeste de Caracas, foi
substituído anteontem à noite por
um coronel ligado a Chávez.
Nas últimas semanas, o presidente remanejou a maioria dos
altos comandos militares, alguns
dos quais estiveram envolvidos
no golpe. Chávez também ordenou mudanças em outros postos-chave de comando e postos de vigilância, como o chefe do departamento de inteligência militar.
No caso da mudança em Valencia (150 km da capital), civis opositores e simpatizantes do presidente realizaram ruidosas manifestações do lado de fora da unidade militar. As manifestações anteciparam a alteração, originalmente programada para ontem.
"Definitivamente há um expurgo em andamento, e o que nós temos agora é uma situação bastante precária", diz o analista Alberto Garrido, autor de diversos livros sobre Chávez. "Substituir um general por um coronel indica que não há muitas figuras em quem Chávez confia entre os generais", afirma.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Colômbia: ONU responde pedido para envio de missão Índice
|