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Decreto de prefeito chavista permite expropriar terras "ociosas" em Caracas
DA REDAÇÃO
O prefeito chavista do município de Libertador, o maior e
mais populoso dos cinco que
integram a capital da Venezuela, Caracas, emitiu ontem um
decreto que permite a expropriação de terrenos urbanos
que a administração municipal
considere "ociosos".
Segundo o prefeito Jorge Rodríguez, o novo decreto "permite uma melhor coordenação
do território da cidade". Ele
acrescentou, no entanto, que só
virão a ser objeto de expropriação os terrenos baldios ou
aqueles em que os prédios estejam desocupados.
"Não é concebível, ao mesmo
tempo em que milhões de caraquenhos vivem em situação de
risco, que os melhores terrenos
permaneçam ociosos e mal utilizados", disse o prefeito Jorge
Rodríguez ao anunciar a sua
decisão.
A decisão deve ser garantida
pela governadora biônica de
Caracas, Jacqueline Faría, recentemente nomeada pelo presidente Hugo Chávez após uma
mudança constitucional promovida pelos seus partidários.
Antes, a última palavra sobre
a administração da capital era
do governo distrital, liderado
pelo oposicionista Antonio Ledezma, que perdeu quase todas
as suas atribuições.
Para especialistas em direito
constitucional na Venezuela,
embora a atual Constituição
preveja a regulamentação do
Distrito Capital -principal argumento chavista-, o novo
cargo viola os princípios da
Carta, que determina eleições
para todos os cargos de administração regional.
Os chavistas têm defendido a
mudança como necessária à segurança nacional. Segundo
Jacqueline Faría, Caracas "é
um espaço de risco por ser a sede dos Poderes e por estar mais
próxima do governo central".
No domingo passado, Hugo
Chávez já havia indicado, em
seu programa televisivo "Alô,
Presidente", que seria tomada
uma decisão para proibir terrenos baldios com dimensão
maior do que um hectare "em
toda a capital".
"Para nós, socialistas, a terra
não pode ser privada", afirmou
o presidente. "A terra é pública
onde quer que se vá."
Com agências internacionais
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