São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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Obama renova sanções contra governo da Síria

Casa Branca acusa Damasco de "apoiar terrorismo"

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, Barack Obama, renovou ontem por mais um ano as sanções contra a Síria, alegando "sérias preocupações" com o comportamento do país.
A decisão foi formalizada um dia após Obama assinar uma ordem executiva estendendo o prazo para o eventual abandono das sanções comerciais e financeiras.
As punições foram impostas pela primeira vez em 2004, por considerar a Síria um Estado patrocinador do terrorismo, e endurecidas em 2007.
Em carta enviada ontem ao Congresso americano, Obama justificou a decisão de prorrogar as medidas afirmando que Damasco "continua apoiando o terrorismo, buscando adquirir armas de destruição em massa e minar os esforços dos EUA [...] pela estabilização e reconstrução do Iraque".
A Síria apoia o grupo palestino Hamas e o libanês Hizbollah e é suspeita de ter um programa nuclear clandestino.
O governo sírio também é acusado pelos EUA de ter orquestrado o atentado que matou, em 2005, o ex-premiê libanês Rafik Hariri. Desde então Washington retirou seu embaixador de Damasco, mas as relações não estão rompidas.
A renovação das sanções destoa do tom apaziguador que vinha predominando na relação entre o presidente democrata e o ditador sírio, Bashar Assad.
Além de ter declarado reiteradas vezes sua disposição em dialogar e normalizar relações, rompendo com a confrontação permanente que prevaleceu no governo de George W. Bush, Obama havia enviado duas delegações a Damasco.
Na mais recente, encerrada na quarta-feira, dois assessores do presidente democrata disseram ao governo sírio que os EUA estão comprometidos em buscar um acordo de paz entre a Síria e Israel, uma das principais metas diplomáticas das autoridades de Damasco.

Fator israelense
Mas a perspectiva de diálogo entre sírios e israelenses foi abalada ontem, depois que o novo premiê de Israel, o linha-dura Binyamin Netanyahu, descartou atender a principal reivindicação de Damasco: a retirada das colinas do Golã, anexadas pelo Estado judaico na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
"Permanecer no Golã garante a Israel a vantagem estratégica em caso de conflito com a Síria", disse Netanyahu em entrevista a jornais russos.
O primeiro-ministro, que vai a Washington na próxima semana, também rejeita a criação de um Estado palestino, norte das conversas de paz desde os Acordos de Oslo (1993).


Com agências internacionais


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