DA REDAÇÃO

Dois terroristas palestinos mataram um homem, sua mulher grávida e um terceiro israelense em ataque contra a colônia judaica de Karmei Tzur, na Cisjordânia ocupada.
Os palestinos invadiram a colônia antes do nascer do sol e abriram fogo contra os trailers que servem de casas. "As balas penetraram os trailers. O casal morto foi atingido em sua cama", afirmou uma porta-voz do Exército israelense.
Outras cinco pessoas ficaram feridas no ataque. Colonos armados mataram um dos palestinos. O outro conseguiu escapar. Até o fechamento desta edição, nenhum grupo palestino havia reivindicado o ataque.
À noite, Yitzhar, outra colônia judaica na Cisjordânia, foi atacada. Palestinos feriram quatro israelenses, dois deles gravemente.
Grupos palestinos vêm atacando com frequência as colônias israelenses em Gaza e Cisjordânia, estabelecidas de forma ilegal nos territórios tomados por Israel na guerra árabe-israelense de 1967.
Pouco após o ataque em Karmei Tzur, tropas israelenses invadiram a cidade de Halhoul, próxima à colônia, fazendo buscas de casa em casa para tentar capturar o segundo terrorista. Fontes palestinas disseram que um palestino morreu nessa invasão.
Israel disse ainda que matou um "terrorista" que tentava entrar pelo mar na colônia de Dugit, na faixa de Gaza. Outros dois palestinos foram encontrados mortos perto da fronteira de Gaza com Israel, após uma explosão no local, disse o Exército israelense. O Hamas disse que eles eram "mártires" mortos em operação.
Testemunhas palestinas disseram que 14 tanques israelenses invadiram na manhã de ontem a cidade de Jenin, na Cisjordânia.
Tropas israelenses vêm realizando frequentes incursões em Jenin, a cidade do terrorista suicida que causou a morte de 17 israelenses em atentado contra ônibus em Israel, na quarta-feira.
Israel afirma que essas incursões são a única forma de impedir novos ataques terroristas, enquanto a liderança palestina afirma que as ações do Exército estimulam novos atentados.

Diplomacia
Os ataques contra Karmei Tzur e Yitzhar ocorreram no dia da viagem do premiê Ariel Sharon a Washington. Ele se reunirá amanhã com o presidente George W. Bush, que ontem se encontrou com o presidente egípcio, Hosni Mubarak. Os EUA não se dispõem a concessões que favoreçam reforma das instituições palestinas, para neutralizar setores envolvidos com terrorismo.
Mubarak pressionou por apoio à declaração de um Estado palestino, antes mesmo da definição de suas fronteiras, como forma de retomar o diálogo após quase 20 meses de revolta palestina que já matou ao menos 1.385 palestinos e 508 israelenses.
Bush declarou que seu governo não queria ainda definir um calendário para a criação do novo Estado, mas acrescentou que negociações nesse sentido devem ser rapidamente iniciadas.


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