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G8 só recomenda "atenção" a fundos especulativos
Documento do grupo reconhece possibilidade de "riscos sistêmicos" nas finanças, mas idéia de regulação não avança
Chanceler da Alemanha, anfitriã deste ano, enfatiza chamado à transparência nos mercados, mas sua fala é mais forte que texto oficial
DO ENVIADO ESPECIAL À ALEMANHA
Por mais que aponte "potenciais riscos sistêmicos" decorrentes de fundos especulativos
como os "hedge funds", o comunicado final do G8 limita-se
a reafirmar "a necessidade de
permanecer atentos" a tais instrumentos financeiros, "dado o
forte crescimento da indústria
de "hedge funds" e à crescente
complexidade dos instrumentos que eles comercializam".
A Alemanha, anfitriã da cúpula-2007, pretendia extrair
muito mais do que esse vago
fraseado. Queria ênfase na necessidade de maior transparência e de uma regulação mais estrita dos "hedge funds" e também do que o comunicado chama de "avançadas técnicas e
produtos [do mercado financeiro], tais como derivativos".
O curioso é que o resumo da
presidência divulgado ontem é
mais firme do que o texto coletivo, talvez porque Angela Merkel, a chanceler alemã e anfitriã
do encontro, havia dito, antes
mesmo de a cúpula começar,
que deveria "ter desejado mais
em termos de transparência e
de adotar um código de conduta para esses fundos".
O resumo de Merkel parece
recuperar essa ambição, ao dizer: "Ao mesmo tempo que
anotamos a contribuição positiva dos "hedge funds" para a estabilidade do mercado financeiro, nós também queremos
minimizar riscos sistêmicos
por meio de transparência e
disciplina no comportamento
de todas as partes envolvidas".
"Práticas sadias"
De todo modo, o G8 convida
os "hedge funds" a "rever e
aperfeiçoar práticas sadias
existentes e que funcionam como parâmetros". Espera que,
até outubro, fique pronto relatório do Fórum de Estabilidade
Financeira a respeito da evolução e das ações adotadas em relação às suas recomendações.
Os "hedge funds" são uma
maneira de proteger o investidor de uma perda em uma operação por meio de uma segunda
aposta (ou terceira ou várias)
em diferentes ativos.
Controlam entre US$ 1,4 trilhão e US$ 2,1 trilhões e como
só podem participar deles investidores devidamente credenciados, estão usualmente
isentos de regulação direta por
entidades como a SEC (uma espécie de xerife da Bolsa de Valores dos Estados Unidos).
(CV)
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