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Israel confirma ter proposto diálogo à Síria para devolver Golã
Governo diz que desocupa território se sírios se distanciarem de Irã e Hizbollah
DA REDAÇÃO
O governo de Israel confirmou ontem, por meio de dois
ministros, que propôs um diálogo e uma "troca" com a Síria
com objetivo de uma eventual
negociação de paz.
"Criou-se um diálogo dinâmico entre Israel e Síria", disse
o ministro de Construção e Habitação, Meir Shitrit, que confirmou a notícia publicada pelo
jornal "Yediot Aharonot", afirmando que o governo do premiê Ehud Olmert conversava
com a ditadura liderada por
Bashar Assad.
Segundo fontes anônimas citadas pelo jornal, Olmert enviou mensagem a Assad, por
meio de diplomatas alemães e
turcos, de que estaria disposto
a desocupar as colinas de Golã
se o governo sírio "deixar de
promover o terrorismo e cortar
gradualmente suas alianças
com o Irã, a guerrilha libanesa
Hizbollah e grupos palestinos".
O governo americano, que
reprovava o diálogo israelense
com a Síria, também teria aprovado a proposta -sob a condição de que Israel se abstenha de
debater a posição dos EUA ou o
futuro do Líbano, e que se limite a discutir Golã, território
capturado por Israel na Guerra
dos Seis Dias, há 40 anos.
O ministro de Assuntos Sociais, Isaac Herzog, disse que
"Israel está disposto a abrir um
processo diplomático com a Síria" e que o obstáculo é sua
"proximidade e cooperação
com o Hizbollah e o grupo terrorista palestino Hamas".
A reportagem diz que a Síria
ainda não respondeu às propostas de Olmert.
Devolver Golã não é nada popular entre os israelenses. As
colinas ocupam boa parte do
norte de Israel, estão ao lado da
maior fonte de água potável do
país e abrigam vinícolas e várias áreas turísticas.
A crise interna de Olmert e
sua popularidade em baixa
também dificultarão a devolução das colinas, mesmo que a
Síria queira discutir o projeto.
Diplomatas sírios em Londres declararam ao jornal "Al
Sharq", de Qatar, que "um primeiro-ministro como Olmert,
que está fraco, não pode ser um
bom sócio para se negociar".
A oposição nacionalista israelense atacou a fraqueza de
Olmert. "Ele está disposto a
vender Golã para se manter no
posto; é uma tentativa desesperada de sobreviver", acusou o
chefe do Partido Religioso Nacional, Zvulun Orlev.
Israel e Síria se enfrentaram
militarmente na guerra de
1948/49, quando o Estado de
Israel foi criado, na Guerra dos
Seis Dias, em 1967, e na do Yom
Kippur, de 1973. Estabeleceram negociações de paz em
Madri, em 1991, mas romperam
o diálogo em 2000.
Com agências internacionais
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