São Paulo, sábado, 09 de junho de 2007

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Israel confirma ter proposto diálogo à Síria para devolver Golã

Governo diz que desocupa território se sírios se distanciarem de Irã e Hizbollah

DA REDAÇÃO

O governo de Israel confirmou ontem, por meio de dois ministros, que propôs um diálogo e uma "troca" com a Síria com objetivo de uma eventual negociação de paz.
"Criou-se um diálogo dinâmico entre Israel e Síria", disse o ministro de Construção e Habitação, Meir Shitrit, que confirmou a notícia publicada pelo jornal "Yediot Aharonot", afirmando que o governo do premiê Ehud Olmert conversava com a ditadura liderada por Bashar Assad.
Segundo fontes anônimas citadas pelo jornal, Olmert enviou mensagem a Assad, por meio de diplomatas alemães e turcos, de que estaria disposto a desocupar as colinas de Golã se o governo sírio "deixar de promover o terrorismo e cortar gradualmente suas alianças com o Irã, a guerrilha libanesa Hizbollah e grupos palestinos".
O governo americano, que reprovava o diálogo israelense com a Síria, também teria aprovado a proposta -sob a condição de que Israel se abstenha de debater a posição dos EUA ou o futuro do Líbano, e que se limite a discutir Golã, território capturado por Israel na Guerra dos Seis Dias, há 40 anos.
O ministro de Assuntos Sociais, Isaac Herzog, disse que "Israel está disposto a abrir um processo diplomático com a Síria" e que o obstáculo é sua "proximidade e cooperação com o Hizbollah e o grupo terrorista palestino Hamas".
A reportagem diz que a Síria ainda não respondeu às propostas de Olmert.
Devolver Golã não é nada popular entre os israelenses. As colinas ocupam boa parte do norte de Israel, estão ao lado da maior fonte de água potável do país e abrigam vinícolas e várias áreas turísticas.
A crise interna de Olmert e sua popularidade em baixa também dificultarão a devolução das colinas, mesmo que a Síria queira discutir o projeto.
Diplomatas sírios em Londres declararam ao jornal "Al Sharq", de Qatar, que "um primeiro-ministro como Olmert, que está fraco, não pode ser um bom sócio para se negociar".
A oposição nacionalista israelense atacou a fraqueza de Olmert. "Ele está disposto a vender Golã para se manter no posto; é uma tentativa desesperada de sobreviver", acusou o chefe do Partido Religioso Nacional, Zvulun Orlev.
Israel e Síria se enfrentaram militarmente na guerra de 1948/49, quando o Estado de Israel foi criado, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e na do Yom Kippur, de 1973. Estabeleceram negociações de paz em Madri, em 1991, mas romperam o diálogo em 2000.


Com agências internacionais


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