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Independentes definem
nova face da UE
Blocos partidários tradicionais perdem espaço no Parlamento Europeu; queda maior dos socialistas dá controle à centro-direita
Entre os 7 blocos partidários tradicionais, só os verdes cresceram; centro-direita deve reeleger presidente atual da Comissão Europeia
DA REDAÇÃO
Resultados ainda parciais das
eleições para o Parlamento Europeu indicavam ontem uma
queda de quase todos os tradicionais blocos partidários continentais, aí incluída a centro-direita e seu Partido Popular
Europeu, com avanço apenas
do grupo dos Verdes.
Mesmo assim, com a queda
ainda maior da esquerda, os
conservadores e liberais podem ser considerados os grandes vencedores do pleito para
as 736 cadeiras do parlamento,
realizado entre quinta-feira e
anteontem.
A queda generalizada das legendas europeias deriva de um
aumento de representantes de
partidos nacionais que não estão incluídos nas tradicionais
coligações continentais, ou seja, no avanço de independentes, "eurocéticos" e extrema-direita -o xenófobo BNP, Partido Nacional Britânico, fez
dois representantes.
A fatia de eurodeputados que
não pertencem aos sete maiores blocos partidários passou de 3,8% para 12,6% do total.
Isso permitiu que a centro-direita, representada majoritariamente pelo PPE, mesmo
tendo diminuído um pouco a
sua fração do Parlamento,
abrisse vantagem sobre os socialistas, cuja participação caiu
quase seis pontos percentuais.
De forma imediata, o novo
equilíbrio de forças tem duas
consequências. Pode permitir
ao PPE se livrar das antes inevitáveis negociações com a segunda força, os socialistas, que
impediam legislaturas anteriores de impor uma agenda exclusiva de um dos lados do espectro ideológico.
Espera-se que o PPE possa
montar uma coalizão com os liberais e com outros deputados
independentes.
E deve assegurar um segundo mandato ao português José
Manuel Barroso, atual presidente da Comissão Europeia, o
braço executivo da União Europeia, escolhido pelo Parlamento. Barroso, a quem se opõem
os socialistas, é apoiado pela
centro-direita.
Os conservadores devem ainda defender, a partir de julho,
quando toma posse a nova legislatura, uma regulação menos severa do que a anteriormente esperada em relação aos
mercados financeiros -matéria que já se discute, como reação à atual crise econômica.
Com agências internacionais
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