São Paulo, terça-feira, 09 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Independentes definem
nova face da UE

Blocos partidários tradicionais perdem espaço no Parlamento Europeu; queda maior dos socialistas dá controle à centro-direita

Entre os 7 blocos partidários tradicionais, só os verdes cresceram; centro-direita deve reeleger presidente atual da Comissão Europeia


DA REDAÇÃO

Resultados ainda parciais das eleições para o Parlamento Europeu indicavam ontem uma queda de quase todos os tradicionais blocos partidários continentais, aí incluída a centro-direita e seu Partido Popular Europeu, com avanço apenas do grupo dos Verdes.
Mesmo assim, com a queda ainda maior da esquerda, os conservadores e liberais podem ser considerados os grandes vencedores do pleito para as 736 cadeiras do parlamento, realizado entre quinta-feira e anteontem.
A queda generalizada das legendas europeias deriva de um aumento de representantes de partidos nacionais que não estão incluídos nas tradicionais coligações continentais, ou seja, no avanço de independentes, "eurocéticos" e extrema-direita -o xenófobo BNP, Partido Nacional Britânico, fez dois representantes.
A fatia de eurodeputados que não pertencem aos sete maiores blocos partidários passou de 3,8% para 12,6% do total.
Isso permitiu que a centro-direita, representada majoritariamente pelo PPE, mesmo tendo diminuído um pouco a sua fração do Parlamento, abrisse vantagem sobre os socialistas, cuja participação caiu quase seis pontos percentuais.
De forma imediata, o novo equilíbrio de forças tem duas consequências. Pode permitir ao PPE se livrar das antes inevitáveis negociações com a segunda força, os socialistas, que impediam legislaturas anteriores de impor uma agenda exclusiva de um dos lados do espectro ideológico.
Espera-se que o PPE possa montar uma coalizão com os liberais e com outros deputados independentes.
E deve assegurar um segundo mandato ao português José Manuel Barroso, atual presidente da Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia, escolhido pelo Parlamento. Barroso, a quem se opõem os socialistas, é apoiado pela centro-direita.
Os conservadores devem ainda defender, a partir de julho, quando toma posse a nova legislatura, uma regulação menos severa do que a anteriormente esperada em relação aos mercados financeiros -matéria que já se discute, como reação à atual crise econômica.


Com agências internacionais


Texto Anterior: África: Ditador do Gabão morre aos 73
Próximo Texto: Brown resiste a pior resultado em um século
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.