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Israel rejeita oferta de cessar-fogo feita pelo Hamas
Exército deixa norte da faixa de Gaza, mas ataque aéreo mata mulher e seus dois filhos, incluindo menina de 6 anos
"É necessário retornar à calma", pede o premiê palestino; Chancelaria diz que soldado israelense deve ser solto antes de um acordo
Ahmed Jadallah/Reuters
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Militantes do Hamas exibem documentos de soldados israelenses deixados no norte de Gaza |
DA REDAÇÃO
O premiê palestino Ismail
Haniyeh, que pertence ao braço político do grupo terrorista
Hamas, propôs um cessar-fogo
a Israel no conflito que já dura
duas semanas e matou ao menos 40 palestinos -quase um
terço deles civis. Ehud Olmert,
o primeiro-ministro israelense,
rejeitou a oferta.
O Exército de Israel retirou
tropas ontem de Beit Lahiya e
Beit Hanoun (norte da faixa de
Gaza), principais locais dos
mais recentes confrontos. "Não
descartamos um retorno a essas áreas. A operação não se encerrou", disse um porta-voz
dos militares. Palestinos disseram que já na madrugada de
hoje tanques voltaram à região.
Israel não comentou.
Ontem as forças israelenses
fizeram uma ofensiva na Cidade de Gaza em busca de túneis
que seriam usados para contrabandear armas e desferir ataques a Israel. Quatro militantes
do Hamas foram mortos.
Um bombardeio matou uma
mulher e seus dois filhos, incluindo uma menina de seis
anos, na periferia de Gaza. Apesar de inicialmente negar ter
responsabilidade, Israel mais
tarde disse que um ataque aéreo contra militantes naquela
área atingiu uma rua. Já na madrugada de hoje, um míssil feriu gravemente quatro militantes no oeste da faixa de Gaza.
Interrupção mútua
O Hamas pediu a Israel que
considere abrir negociações
para a libertação do soldado Gilad Shalit, 19, cujo seqüestro no
último dia 25 foi o estopim da
atual crise. "Para sair dessa situação, é preciso retornar à calma, na base de uma interrupção mútua de todas as operações militares", dizia o texto assinado pelo premiê palestino,
oferecendo um cessar-fogo.
O Ministério das Relações
Exteriores de Israel declarou
que o Hamas deve libertar o
soldado e suspender os foguetes contra cidades israelenses
como um primeiro passo para
um acordo. Na semana passada, pela primeira vez uma cidade de porte significativo -Ashkelon, de 115 mil habitantes-
foi atingida. Não houve feridos.
"Qualquer um que ignore esses pontos fundamentais não
pode ter esperança de resolver
a crise", declarou Mark Regev,
porta-voz do ministério. O ministro da Segurança Pública de
Israel, Avi Dichter, cogita libertar prisioneiros palestinos, como "gesto de boa vontade", sob
a promessa de Shalit ser solto.
Embora militares discutam a
troca de presos, Israel não quer
a exposição pública de eventual
negociação com o Hamas.
As Nações Unidas culparam
ontem os israelenses pela "crise humanitária" na faixa de Gaza, que disse estar, em termos
de saúde, "à beira de um desastre". E exigiu o acesso imediato
de seus funcionários à região.
Com agências internacionais
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