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Irã vai julgar 500 pessoas por protestos pós-eleições
Teerã diz já ter libertado 2.000 de 2.500 opositores presos durante manifestações
Números do governo são contestados por grupos de direitos humanos; oposição pedia novo pleito depois de reeleição de Ahmadinejad
DA REDAÇÃO
O Irã julgará 500 pessoas das
2.500 detidas -segundo números oficiais- durante as cerca
de três semanas de conflitos
deflagrados após a contestada
reeleição do presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, no último 12 de junho.
Segundo o parlamentar Mohamad Reza Tabesh, a Procuradoria Geral do Estado iraniano
aceitou remeter aos respectivos juizados de primeira instância os casos dos opositores.
Alguns deles podem, posteriormente, ser remetidos ao
Conselho Supremo de Segurança Nacional -órgão responsável, entre outras coisas, pelo
programa nuclear iraniano.
O procurador-geral do Irã,
Qorban Ali Dorri Najafabadi,
que se encontrou com o parlamentar, disse que "um total de
2.000 pessoas já foram libertadas", muitas das quais após o
pagamento de fiança, por terem cometido delitos menores.
Na última semana, o chefe da
Polícia Nacional, Ismail Ahmadi Moghadam, havia dito que só
na capital, Teerã, 1.032 pessoas
tinham sido detidas nos protestos, e dois terços delas libertadas a seguir. Ontem, ele anunciou para as próximas 48 horas
a libertação de mais cem.
Os números oficiais são, porém, contestados por grupos de
direitos humanos, que afirmam
haver ainda mais de mil detidos
no país. A ONG Human Rights
Watch acusa Teerã de obter
confissões de detidos por meio
de espancamentos, privação de
sono e longos interrogatórios.
Os protestos tiveram início
após o anúncio da avassaladora
vitória de Ahmadinejad, com
62,7% dos votos, sobre o principal concorrente opositor, o ex-premiê reformista Mir Hossein
Mousavi, que ficou com 33%.
O resultado deflagrou a
maior onda de manifestações
contra o regime islâmico desde
a Revolução Iraniana, em 1979.
A oposição pede a realização de
uma nova eleição -reivindicação reiteradamente negada pela máxima instância constitucional iraniana e pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
Com agências internacionais
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