São Paulo, quinta-feira, 09 de julho de 2009

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Irã vai julgar 500 pessoas por protestos pós-eleições

Teerã diz já ter libertado 2.000 de 2.500 opositores presos durante manifestações

Números do governo são contestados por grupos de direitos humanos; oposição pedia novo pleito depois de reeleição de Ahmadinejad

DA REDAÇÃO

O Irã julgará 500 pessoas das 2.500 detidas -segundo números oficiais- durante as cerca de três semanas de conflitos deflagrados após a contestada reeleição do presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, no último 12 de junho.
Segundo o parlamentar Mohamad Reza Tabesh, a Procuradoria Geral do Estado iraniano aceitou remeter aos respectivos juizados de primeira instância os casos dos opositores.
Alguns deles podem, posteriormente, ser remetidos ao Conselho Supremo de Segurança Nacional -órgão responsável, entre outras coisas, pelo programa nuclear iraniano.
O procurador-geral do Irã, Qorban Ali Dorri Najafabadi, que se encontrou com o parlamentar, disse que "um total de 2.000 pessoas já foram libertadas", muitas das quais após o pagamento de fiança, por terem cometido delitos menores.
Na última semana, o chefe da Polícia Nacional, Ismail Ahmadi Moghadam, havia dito que só na capital, Teerã, 1.032 pessoas tinham sido detidas nos protestos, e dois terços delas libertadas a seguir. Ontem, ele anunciou para as próximas 48 horas a libertação de mais cem.
Os números oficiais são, porém, contestados por grupos de direitos humanos, que afirmam haver ainda mais de mil detidos no país. A ONG Human Rights Watch acusa Teerã de obter confissões de detidos por meio de espancamentos, privação de sono e longos interrogatórios.
Os protestos tiveram início após o anúncio da avassaladora vitória de Ahmadinejad, com 62,7% dos votos, sobre o principal concorrente opositor, o ex-premiê reformista Mir Hossein Mousavi, que ficou com 33%.
O resultado deflagrou a maior onda de manifestações contra o regime islâmico desde a Revolução Iraniana, em 1979. A oposição pede a realização de uma nova eleição -reivindicação reiteradamente negada pela máxima instância constitucional iraniana e pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.


Com agências internacionais


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