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Vôo de estatal argentina levava US$ 800 mil
Em nota, governo diz que venezuelano suposto dono do dinheiro viajou com executivos da PDVSA e da argentina Enarsa
Alfândega apreendeu montante e governo Chávez negou que detido fosse de sua comitiva; avião foi pago por estatal argentina
RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES
O governo argentino divulgou ontem que dois funcionários ligados ao Ministério do
Planejamento estavam no vôo
em que viajava o venezuelano
que tentou entrar em Buenos
Aires no último sábado levando
uma mala com US$ 800 mil não
declarados.
Em um comunicado à imprensa, a petroleira argentina
Enarsa confirmou que o presidente da empresa, Exequiel Espinoza, e o interventor do Ente
Regulador de Autopistas, Claudio Uberti, estavam no Cessna-750X que pousou no sábado em
Buenos Aires. A Enarsa revelou
ainda que alugou o avião.
Também viajavam no avião,
diz a nota, quatro executivos da
petroleira estatal venezuelana
PDVSA. A mala pertenceria,
porém, a um quinto venezuelano, citado no comunicado apenas como Antonini Wilson.
"O pessoal da Alfândega que
supervisava as bagagens perguntou aos passageiros quem
era o dono de uma das malas.
Um dos passageiros venezuelanos, de sobrenome Antonini
Wilson, disse ser seu proprietário, e sem fazer reparo algum
concordou que se revisasse seu
conteúdo", diz o comunicado.
O comunicado da Enarsa não
explica o motivo de Wilson ter
entrado na Argentina com o dinheiro. "Em relação ao que nos
concerne, isso é tudo que podemos informar sobre o ocorrido", encerra a nota.
A Justiça argentina investiga
agora se os outros passageiros
do avião, inclusive Uberti e Espinoza, têm ligação com a mala,
e se o caso acarreta outro delito
além da infração aduaneira.
Embora não faça parte das
atribuições de seu cargo, Claudio Uberti é conhecido por participar das negociações entre
Caracas e Buenos Aires. O Ministério do Planejamento, comandado por Julio de Vido,
conduz a política exterior com
a Venezuela, devido aos negócios no setor energético.
Anteontem, o presidente da
Venezuela, Hugo Chávez, tinha
dito que era "absolutamente
falsa" a informação de que o venezuelano detido integrasse a
comitiva que preparou sua visita a Buenos Aires e atribuiu a
divulgação da notícia a "um
plano do império" para perturbar sua viagem.
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