São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Vôo de estatal argentina levava US$ 800 mil

Em nota, governo diz que venezuelano suposto dono do dinheiro viajou com executivos da PDVSA e da argentina Enarsa

Alfândega apreendeu montante e governo Chávez negou que detido fosse de sua comitiva; avião foi pago por estatal argentina

RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES

O governo argentino divulgou ontem que dois funcionários ligados ao Ministério do Planejamento estavam no vôo em que viajava o venezuelano que tentou entrar em Buenos Aires no último sábado levando uma mala com US$ 800 mil não declarados.
Em um comunicado à imprensa, a petroleira argentina Enarsa confirmou que o presidente da empresa, Exequiel Espinoza, e o interventor do Ente Regulador de Autopistas, Claudio Uberti, estavam no Cessna-750X que pousou no sábado em Buenos Aires. A Enarsa revelou ainda que alugou o avião.
Também viajavam no avião, diz a nota, quatro executivos da petroleira estatal venezuelana PDVSA. A mala pertenceria, porém, a um quinto venezuelano, citado no comunicado apenas como Antonini Wilson.
"O pessoal da Alfândega que supervisava as bagagens perguntou aos passageiros quem era o dono de uma das malas. Um dos passageiros venezuelanos, de sobrenome Antonini Wilson, disse ser seu proprietário, e sem fazer reparo algum concordou que se revisasse seu conteúdo", diz o comunicado.
O comunicado da Enarsa não explica o motivo de Wilson ter entrado na Argentina com o dinheiro. "Em relação ao que nos concerne, isso é tudo que podemos informar sobre o ocorrido", encerra a nota.
A Justiça argentina investiga agora se os outros passageiros do avião, inclusive Uberti e Espinoza, têm ligação com a mala, e se o caso acarreta outro delito além da infração aduaneira.
Embora não faça parte das atribuições de seu cargo, Claudio Uberti é conhecido por participar das negociações entre Caracas e Buenos Aires. O Ministério do Planejamento, comandado por Julio de Vido, conduz a política exterior com a Venezuela, devido aos negócios no setor energético.
Anteontem, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tinha dito que era "absolutamente falsa" a informação de que o venezuelano detido integrasse a comitiva que preparou sua visita a Buenos Aires e atribuiu a divulgação da notícia a "um plano do império" para perturbar sua viagem.


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