São Paulo, terça-feira, 09 de agosto de 2011

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Pregão de Nova York registra a sexta maior queda da sua história

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Apesar de os EUA terem perdido a nota máxima de crédito, os investidores buscaram ontem a segurança dos títulos do governo americano em novo dia de forte queda nas Bolsas, abaladas pelas incertezas da economia mundial e pela decisão da S&P.
O índice Dow Jones (Nova York) perdeu 634,76 pontos, ou 5,6%, a sexta maior queda em pontos na história do indicador e a mais expressiva desde dezembro de 2008. Nas últimas duas semanas, o Dow Jones recuou 15% e acumula queda de 7% no ano.
O VIX, espécie de índice de medo de Wall Street (mede o preço pago por contratos de proteção a grandes oscilações), subiu 44% e atingiu o maior nível desde 2009.
E, lembrando a época pós-quebra do Lehman Brothers, detonador da crise de 2008, as ações de bancos estão entre as que mais perderam: as do Bank of America recuaram 20%, e as do Citibank, 16%.
Os investidores estão preocupados com a situação da economia global, já que os EUA dão claros sinais de fraqueza e a Europa parece não conseguir uma solução para a crise da dívida. Nos dois lados do Atlântico, há risco de uma volta da recessão.
Nesse cenário de perdas, os papéis do governo americano -apesar de agora serem AA+, e não AAA, segundo a S&P - continuaram a ser refúgio favorito dos investidores, ao lado de ouro e prata.
O rendimento pago pelos papéis de dez anos chegou a 2,30%, nível mais baixo desde janeiro de 2009, mostrando que há maior demanda por eles. O ouro bateu recorde, subindo 3,7%.
A procura pelos títulos mostra que não há opção capaz de absorver tanta demanda; mantém-se a importância dos EUA na economia global (e sua capacidade de imprimir dólar), e o país ainda detém a nota máxima segundo as agências Fitch e Moody's.
Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) iniciou intervenção para valorizar os títulos dos governos da Espanha e da Itália, mas a medida só foi capaz de diminuir a pressão sobre esses papéis.
O BCE não revelou o montante da compra dos títulos, mas o rendimento deles, que estava perto de 6%, caiu para cerca de 5%. A Bolsa de Frankfurt caiu 5%; a de Paris, 4,7%; a de Londres, 3,4%.

ABERTURA NA ÁSIA
Hoje na Ásia (final da noite de ontem no Brasil), as Bolsas abriram em forte queda. O índice Nikkei, do Japão, registrou recuo de 4%, e a Bolsa de Hong Kong caiu 6%.


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