UOL


São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

É o primeiro caso da doença em todo o mundo desde junho; OMS alerta sobre o risco de a epidemia voltar até o final do ano

Após 3 meses, Sars ressurge em Cingapura

DA REDAÇÃO

O governo de Cingapura confirmou ontem um novo caso de Sars (síndrome respiratória aguda grave, na sigla em inglês), doença que, no primeiro semestre deste ano, causou milhares de mortes e enormes prejuízos econômicos em países da Ásia e no Canadá. Não havia registro de novos casos no mundo desde junho.
Após o anúncio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um alerta sobre o possível ressurgimento do mal.
Em entrevista à agência Associated Press, a porta-voz do Ministério da Saúde Bey Mui Leng disse que um teste inicial feito em um morador de Cingapura "detectou o vírus da Sars". Segundo ela, o teste utilizado tem a aprovação da OMS e é capaz de detectar a presença do coronavírus causador da doença.
"Repetiremos o teste de novo hoje [ontem] à noite", disse Bey. O homem passou pelo teste após apresentar sintomas da doença e procurar atendimento médico no Hospital Geral de Cingapura.
Agentes de saúde estão tentando rastrear todas as pessoas que tiveram contato com o paciente para colocá-las sob quarentena, informou Bey.
Antes do paciente de ontem, o último caso em Cingapura havia sido registrado no início de maio. A epidemia matou 33 pessoas e infectou outras 328 no país, um dos mais atingidos pela doença.
A epidemia chegou a Cingapura em março e durou três meses, derrubando a economia do país. O número de turistas caiu 75%, fazendo com que a taxa de ocupação nos hotéis recuasse de 75% para apenas 25%.

Alerta da OMS
Ontem, o diretor-geral da OMS, Lee Jong-wook, disse que a doença pode voltar. "Nenhum de nós pode prever o que acontecerá até o final deste ano. A Sars voltará ou não?", disse o sul-coreano, durante encontro anual com ministros da Saúde asiáticos, em Manila, nas Filipinas. "Temos de nos preparar para a hipótese de que a doença voltará", afirmou.
"Nosso desafio agora é melhorar as redes de vigilância que detectarão a Sars e lidarão com ela caso a doença realmente volte", disse o diretor-geral.
Surgida no sul da China -o país mais atingido pela doença- em novembro, a Sars matou 916 pessoas e infectou outras 8.422 em todo o mundo. No dia 5 de julho, a epidemia foi declarada extinta pela OMS, 20 dias após o último caso novo ter sido detectado, em meados de junho, em Taiwan.
Na época, especialistas advertiram que o "grande teste" da erradicação seria a chegada do outono no hemisfério Norte -a estação começa daqui a duas semanas.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Colômbia: 80 ONGs criticam política de Uribe
Próximo Texto: Fumo: Maço de cigarro na UE terá foto de malefício
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.