São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / FATOR PALIN

Após convenção, McCain surge na frente em pesquisas

Vantagem de republicano varia de 1 a 10 pontos; analistas advertem sobre efemeridade

Escolha de Palin como vice é vista como uma razão para a melhora; instantâneo mede impacto de evento político, mas precisa se consolidar


DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Beneficiado pelo efeito da Convenção Republicana e pela escolha do nome da conservadora Sarah Palin como vice na sua chapa, o republicano John McCain apareceu ontem em sua melhor posição nas pesquisas eleitorais desde que se lançou candidato à Casa Branca.
Das 7 consultas de intenção de voto realizadas entre a última sexta e o último domingo, logo após a convenção, 2 o projetam como favorito. Outras 5 indicam empate técnico, 3 delas com leve vantagem para ele.
São números que ainda não podem ser vistos como tendência, pois se baseiam, a princípio, na memória recente da celebração em torno de cada candidato. Barack Obama também disparou nas pesquisas após protagonizar o evento democrata, há duas semanas.
Ainda assim, o resultado foi recebido com barulho nos EUA. Foi a primeira vez, desde o fim das prévias partidárias, em junho, que McCain liderou a média de pesquisas tabulada pelo site Real Clear Politics (RCP) -a vantagem era de 2,9 pontos percentuais.
A pesquisa USA Today/Gallup foi a que mais empurrou o resultado para cima, com dianteira de dez pontos (foram ouvidos 1.022 eleitores por telefone, com margem de erro de três pontos em ambas as direções).
Em outra aferição no mesmo período -mas apenas com eleitores registrados e margem de erro de dois pontos-, o Gallup mostra McCain cinco pontos à frente. Na ABC News/Wash Post e na CBS News, a vantagem é de dois pontos -empate técnico, assim como a do instituto Rasmussen, que projeta apenas um ponto a mais. Pesquisas CNN e Hotline/FD Tracking apontam empate.
Mesmo com resultados tão díspares, é possível considerar as pesquisas? "Pouco. As pesquisas americanas ouvem pouca gente e apenas por telefone. É um método falho", disse à Folha o cientista político Richard Parker, da Universidade Harvard.
Para Parker, contudo, o fato de nenhum instituto mostrar Obama à frente ajuda a confirmar a tendência do dia. "O período pós-convenção sempre é bom para um candidato, mas isso se dilui nos dias seguintes. Ainda assim, McCain saiu de sua convenção com um trunfo, a escolha de Palin, que energizou de imediato a base conservadora do partido."
A governadora do Alasca, de fato, continua no centro do noticiário político. Grande alvo da oposição, ela foi criticada ontem por Joe Biden, vice de Obama, e pela senadora Hillary Clinton, ex-pré-candidata.


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