São Paulo, quinta-feira, 09 de setembro de 2010

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Queima de Alcorão é "aberração", diz Hillary

Secretária aponta ainda insurgência no México

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Ao mesmo tempo em que chamou ontem de "aberração" o plano de um pastor evangélico da Flórida de queimar cópias do Alcorão no aniversário do 11 de Setembro, no sábado, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, criticou a atenção mundial ao caso.
"Somos um país de mais de 310 milhões de pessoas. É triste que um pastor de Gainesville, Flórida, com uma igreja de não mais de 50 pessoas, possa ter esse plano absurdo e conquistar a atenção do mundo", disse.
Alarmada pelo potencial risco de retaliações contra soldados e civis americanos no exterior, a secretária também pediu que a imprensa não divulgue a fogueira do livro sagrado do islã, "como um ato de patriotismo".
A proposta do pastor Terry Jones, 58, também levantou questões sobre a liberdade de expressão nos EUA.
O porta-voz do Departamento de Estado, PJ Crowley, disse que "uma coisa é ter o direito, outra coisa é como exercê-lo". "Essa ação tem potenciais ramificações muito sérias."
Jones já criou problemas antes. Segundo a revista "Der Spiegel", ele foi expulso de uma congregação em Colônia, na Alemanha, por radicalismo e postura anti-islã.

MÉXICO
As declarações de Hillary sobre o caso foram feitas durante um discurso sobre política externa no "think tank" Council on Foreign Relations, em Washington.
A secretária também tratou da crise vivida pelo México, que enfrenta onda de mortes e sequestros promovidos por narcocartéis.
"Está parecendo a Colômbia de 20 anos atrás, quando narcotraficantes controlavam partes do país", afirmou a secretária de Estado.
Um porta-voz do governo mexicano protestou contra a comparação. "Todos os esforços do Estado mexicano são direcionados a vencer os criminosos", afirmou Alejandro Poire.
Hillary mencionou o Brasil como país que está "crescendo rapidamente e já exercendo influência".
"Sabemos que outros poderes emergentes, como a China e o Brasil, têm suas próprias ideias sobre onde devemos chegar ou como devem ser formadas instituições regionais".


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