São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2011

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Obama revela plano pró-emprego sob críticas

Em discurso ao Congresso, presidente dos EUA detalha pela primeira vez Lei dos Empregos, de US$ 447 bilhões

Oposição recebe com descrença medidas para reverter índice de desemprego, que está hoje na casa dos 9%

Saul Loeb/France Presse
Em esperado discurso, presidente Barack Obama fala ao Congresso americano, pedindo que "circo político" termine e possibilite medidas urgentes

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Barack Obama propôs ontem ao Congresso US$ 447 bilhões em estímulos econômicos para reavivar o mercado de trabalho americano, sugerindo isenção fiscal a empresas que contratarem e investimentos em infraestrutura.
No discurso, Obama detalhou a Lei dos Empregos Americanos, cujo cerne é um corte de 50% do imposto na folha de pagamento de empresas que gastam até US$ 5 milhões em salários.
"Envio a este Congresso um plano que deve ser aprovado imediatamente", disse o presidente aos legisladores reunidos no Capitólio. "Não deve haver nenhuma controvérsia, pois tudo neste projeto de lei é o tipo de proposta que tem tido apoio tanto de democratas quanto de republicanos."
Obama exortou o Congresso a acabar com o "circo político" e a agir com urgência. E para os que temem um inchaço maior do já alto déficit público com o novo plano: "Tudo listado aqui será pago com outros cortes". Analistas passaram a semana tentando interpretar as mensagens do governo para estimar que áreas o plano afetaria e qual sua dimensão. A maioria, porém, questiona se as propostas serão suficientes para estimular uma economia que cresceu menos do que o esperado no primeiro semestre e um nível de desemprego que resiste em cair abaixo de 9%.
Mas nenhuma das estimativas, contudo, havia chegado aos quase US$ 450 bilhões -a maior parte dos quais deve ser despejada na economia até o fim de 2012.
O valor faz frente à injeção de US$ 787 bilhões anunciada em 2009, essencialmente para salvar os bancos e instituições financeiras afetados pela crise do ano anterior.
Segundo o presidente, o projeto de lei prevê investimentos em infraestrutura, sobretudo de transporte; a modernização de pelo menos 35 mil escolas públicas; e créditos de US$ 4.000 em isenção fiscal a quem contratar funcionários que estejam há seis meses sem emprego.
Pede ainda cortes de impostos de US$ 1.500 para famílias de classe média. Os estímulos devem esbarrar na oposição republicana, que se mostra inflexível em negociar o ajuste fiscal para reduzir a dívida pública e fez deste um de seus bordões para as eleições do ano que vem.
Com a popularidade em torno de 40%, seu pior nível, o presidente tem também de lidar ainda com o ceticismo do público, cuja confiança na economia está baixa.
No dia em que Obama anunciou o esperado pacote, o número de pedidos de seguro-desemprego surpreendeu. Na semana passada, foram 415 mil pedidos do benefício -Wall Street esperava 10 mil a menos.


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