São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2007

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Helicóptero da comitiva do ditador paquistanês cai

Exército alega falha mecânica, mas cresce temor de atentado contra regime

Aumenta a violência na fronteira com Afeganistão, e conflito entre Exército e insurgentes pró-Taleban mata 90 nas regiões tribais

DA REDAÇÃO

Um helicóptero da comitiva do ditador Pervez Musharraf caiu ontem, matando três militares e um cinegrafista. A aeronave acidentada viajava em frente ao helicóptero presidencial, que chegou ileso ao destino, na região da Caxemira controlada pelo Paquistão.
Embora o Exército afirme que a queda foi provocada por falhas mecânicas, o episódio reviveu temores recorrentes quanto à segurança de Musharraf, que desde 2003 foi alvo de três atentados. Em dezembro daquele ano, ele sofreu duas tentativas de assassinato na grande Islamabad -uma delas deixou 12 mortos. Em julho deste ano, o avião de Musharraf foi alvejado quando decolava, mas não sofreu danos.
A preocupação com a insurgência islâmica se acirrou com o anúncio da morte de pelo menos 65 militantes pró-Taleban e 25 soldados nesta segunda, em novos conflitos na turbulenta região tribal no norte do país. No final de semana, outros 65 insurgentes e 20 soldados tinham morrido na área.

Tentativa de conciliação
Enquanto aguarda a confirmação do resultado da controversa eleição presidencial indireta realizada neste fim de semana, que venceu com facilidade, Musharraf deu ontem mais um passo rumo à prometida renúncia do comando militar.
O ex-chefe do serviço de inteligência Ashfaq Pervez Kiyani tomou posse como subchefe do Estado-Maior do Exército, ante-sala do posto que Musharraf prometeu abandonar em 15 de novembro caso receba um novo mandato. Kiyani intermediou a anistia concedida à ex-premiê Benazir Buttho, cujo apoio é visto como fundamental para a legitimidade do governo.
Além do limbo jurídico -a Suprema Corte deve pronunciar nesta semana a sentença definitiva sobre a elegibilidade do general, sem a qual o resultado não é oficial-, o pleito presidencial é politicamente frágil. Parlamentares da Aliança pela Restauração da Democracia, que renunciaram em massa antes da votação, não reconhecem sua legitimidade.


Com agências internacionais

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