|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ato pelo 40º aniversário da morte de Che opõe
Evo e Exército na Bolívia
DA REDAÇÃO
Militantes e turistas acompanharam ontem homenagem a Che Guevara no distrito de Vallegrande, onde há
40 anos o revolucionário argentino foi morto. A cerimonia contou com a presença
do presidente boliviano, Evo
Morales -que afirmou ser
"guevarista"-, sobreviventes da guerrilha comandada
por Che e de milhares de admiradores e ativistas de movimentos sociais, inclusive
do MST, que organizará hoje
um encontro político, religioso e cultural.
Desde sexta, a localidade
de La Higuera, onde o argentino foi capturado, reúne fervorosos admiradores no 2º
Encontro Mundial Che Guevara. "Ele é um ícone da juventude", diz a venezuelana
Elidimar Machiques, 27. Ela
viajou especialmente para a
comemoração e fez a pé, em
romaria com 50 devotos, os
60 km entre La Higuera e Vallegrande, onde o corpo do
revolucionário ficou exposto
antes de ser enterrado numa
vala comum.
A presença de Morales no
evento provocou polêmica
entre os militares bolivianos,
que em alguns quartéis prestaram homenagem aos soldados mortos na luta contra
a guerrilha.
O general Wilfredo Vargas,
chefe das Forças Armadas,
disse ao jornal "La Razón"
que os militares "respeitam"
a participação de Morales
nas homenagens, mas têm
outra forma de pensar.
"Achamos que é obrigação
das Forças Armadas enfrentar qualquer qualquer grupo
insurgente no país. Isso está
na Constituição", afirmou o
general. Em 9 de outubro de
1967, Che foi executado sumariamente pelo Exército
boliviano, como inimigo de
Estado.
Entre os presentes em Vallegrande, houve quem não
aplaudisse a organização do
evento -mas jamais o homenageado. Nadine Crauzas,
47, criticou os cubanos por
"monopolizar a memória
de Che". A delegação do
país teria tentado impedir
a venda de obras das crianças da organização coordenada por Crauzas para evitar a "comercialização" do
revolucionário.
"Cuba me decepcionou.
Entendo porque Che abandonou a ilha", disse, em referência a carta escrita pelo
guerrilheiro na qual ele renuncia à cidadania cubana.
O episódio, até hoje pouco
esclarecido, não ofuscou diversas homenagens na ilha,
onde Che é tido como herói
nacional por seu papel na
Revolução Cubana (1959).
A cerimônia principal
ocorreu em Santa Clara, cidade na qual foi travada batalha decisiva para a vitória
dos guerrilheiros e onde Che
foi enterrado num mausoléu
há dez anos, após buscas por
seu corpo na Bolívia.
Foi aberta com a leitura de
uma mensagem do convalescente Fidel Castro, que agradeceu ao "semeador de consciências". Na platéia, seu irmão Raúl Castro, à frente do
regime cubano desde julho
de 2006, a viúva de Che, Aleida March, e os filhos do casal.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Vitorioso, governo da Costa Rica negocia aplicação do TLC Próximo Texto: Equador: Petroleiras boicotam reunião para renegociar contratos Índice
|