São Paulo, sexta-feira, 09 de outubro de 2009

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Escândalo sexual abala o gabinete de Sarkozy

Ministro da Cultura escreveu ter pago a meninos por sexo

DA REDAÇÃO

O ministro da Cultura da França, Frederic Mitterrand, afirmou ontem que não renunciará ao cargo por ter afirmado, em um livro de sua autoria, que pagou a meninos na Tailândia para ter relações sexuais.
As revelações foram feitas em "La mauvaise vie" ("A vida má", em tradução livre), publicado em 2005, e voltaram à cena após Mitterrand ter defendido fortemente o cineasta Roman Polanski, preso no mês passado na Suíça e que enfrenta processo de extradição para os EUA, onde é acusado por ter estuprado uma menor de idade.
Na obra, o ministro -que é sobrinho do presidente François Mitterrand (1981-95) e assumiu o cargo em junho- descreve em detalhes os bordéis de Bancoc e a liberdade e a alegria que sentia ao pagar a meninos por sexo. Ele também afirma que sua atração por jovens garotos de programa não diminuía nessas ocasiões, apesar de ter conhecimento "dos detalhes sórdidos desse tráfico".
As afirmações fizeram com que Mitterrand, 62, passasse a sofrer pressão de partidos tanto da esquerda quanto da direita -que o acusam de apologia ao turismo sexual- para renunciar ao cargo de ministro.
Para se defender, ele concedeu uma entrevista ontem ao telejornal noturno de maior audiência na França e disse que não tem a intenção de renunciar, já que o presidente Nicolas Sarkozy "confirmou sua confiança" nele.
Mitterrand afirmou que seu livro não é "totalmente uma autobiografia". Ele admitiu os "erros" por ter pago por sexo no passado, mas disse que não teve relações com menores. "Um erro, com certeza. Um crime, não (...), porque todas as vezes eu estava com pessoas da minha idade e que consentiram [com o ato sexual]", afirmou, completando que não tem a intenção de renunciar ao cargo.
Ele explicou ainda que usou o termo "meninos" de forma livre no livro. "De jeito nenhum é uma apologia ao turismo sexual (...) mesmo que um dos capítulos seja uma viagem por aquele inferno, com a fascinação que o inferno pode provocar."

Com agências internacionais



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