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Escândalo sexual abala o gabinete de Sarkozy
Ministro da Cultura escreveu ter pago a meninos por sexo
DA REDAÇÃO
O ministro da Cultura da
França, Frederic Mitterrand,
afirmou ontem que não renunciará ao cargo por ter afirmado,
em um livro de sua autoria, que
pagou a meninos na Tailândia
para ter relações sexuais.
As revelações foram feitas
em "La mauvaise vie" ("A vida
má", em tradução livre), publicado em 2005, e voltaram à cena após Mitterrand ter defendido fortemente o cineasta Roman Polanski, preso no mês
passado na Suíça e que enfrenta
processo de extradição para os
EUA, onde é acusado por ter estuprado uma menor de idade.
Na obra, o ministro -que é
sobrinho do presidente François Mitterrand (1981-95) e assumiu o cargo em junho- descreve em detalhes os bordéis de
Bancoc e a liberdade e a alegria
que sentia ao pagar a meninos
por sexo. Ele também afirma
que sua atração por jovens garotos de programa não diminuía nessas ocasiões, apesar de
ter conhecimento "dos detalhes sórdidos desse tráfico".
As afirmações fizeram com
que Mitterrand, 62, passasse a
sofrer pressão de partidos tanto da esquerda quanto da direita -que o acusam de apologia
ao turismo sexual- para renunciar ao cargo de ministro.
Para se defender, ele concedeu uma entrevista ontem ao
telejornal noturno de maior
audiência na França e disse que
não tem a intenção de renunciar, já que o presidente Nicolas
Sarkozy "confirmou sua confiança" nele.
Mitterrand afirmou que seu
livro não é "totalmente uma autobiografia". Ele admitiu os
"erros" por ter pago por sexo no
passado, mas disse que não teve
relações com menores. "Um erro, com certeza. Um crime, não
(...), porque todas as vezes eu
estava com pessoas da minha
idade e que consentiram [com
o ato sexual]", afirmou, completando que não tem a intenção de renunciar ao cargo.
Ele explicou ainda que usou o
termo "meninos" de forma livre no livro. "De jeito nenhum é
uma apologia ao turismo sexual
(...) mesmo que um dos capítulos seja uma viagem por aquele
inferno, com a fascinação que o
inferno pode provocar."
Com agências internacionais
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