São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2006

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Ortega agora promete não adotar medidas "radicais" na economia

EUA falam em "relações positivas" com o presidente eleito da Nicarágua

DA REDAÇÃO

O presidente eleito da Nicarágua, o esquerdista Daniel Ortega, disse ontem que não haverá "mudanças radicais" nas bases da economia desenvolvida depois que os sandinistas deixaram o poder, há 16 anos.
"Assumimos o compromisso de manter e melhorar todas as contribuições [dos governos anteriores]. Não estão previstas mudanças dramáticas, mudanças radicais nas bases da economia assentadas nestes anos", afirmou o ex-guerrilheiro, que assume novamente o país em 10 de janeiro.
Em mensagem voltada a setores empresariais e investidores estrangeiros, Ortega, 60, assegurou que cumprirá a promessa de "erradicar a extrema pobreza e a pobreza", mas "cuidando dos fundamentos macroeconômicos e tudo que se conseguiu avançar no tema".
As primeiras declarações do presidente eleito destoam das do candidato em campanha, quando Ortega chamou de "capitalismo selvagem" o modelo nicaragüense, elogiado por organismos financeiros internacionais e baseado na economia de mercado.
Nicarágua tem um plano de ajuste econômico desde 1992, que vem assegurando a inflação anual abaixo dos dois dígitos e mantém um controle apertado do gasto público.
Ontem, o governo americano, que apoiou o direitista Eduardo Montealegre e ameaçou cortar a ajuda econômica em caso de vitória sandinista, disse que buscará estabelecer "relações positivas " com o futuro governo Ortega.
"Respeitamos a decisão do povo nicaragüense e esperamos estabelecer relações positivas com o senhor Ortega e seu novo governo", disse o porta-voz do Departamento de Estado Erik Watnik.
Aliado de Fidel Castro e de Hugo Chávez, Ortega é um velho adversário de Washington desde a revolução sandinista, em 1979. Durante o seu primeiro governo (1985-1990), enfrentou grupos armados financiados secretamente pelos Estados Unidos.


Com agências internacionais


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