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Governo brasileiro vê bom sinal em gesto americano a Nova Déli
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
"Boa notícia" e "bom sinal". Assim reagiu o Itamaraty à declaração do presidente Barack Obama de que
os EUA poderão apoiar um
pedido da Índia para ter um
assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Na avaliação brasileira, a
sinalização de Obama não foi
só a favor da entrada da Índia, mas de reforma do Conselho. Ele deixou isso claro
ao dizer que as instituições
internacionais devem refletir
a realidade do século 21.
Para o Itamaraty, o fundamental é garantir a reforma,
porque seria difícil excluir o
Brasil, que cresce política e
economicamente no cenário
internacional e é considerado naturalmente "dentro".
O problema é que, para cada candidato, há um ou mais
antagonistas. No caso brasileiro, o México e, até recentemente, também a Argentina.
Até para não diluir seu poder interno e não se ver obrigado a apoiar uns em detrimento de outros, os EUA vinham fugindo de uma manifestação mais objetiva. A declaração de Obama é encarada como "uma nota etapa".
O gesto dele não foi entendido como apenas uma gentileza diplomática de um visitante, mas um precedente.
Na prática, Obama começou a retirar as resistências,
hoje apoiadas num tripé: receio dos EUA de perder o controle sobre o conselho; temor
chinês de dividir poder com o
Japão; indefinição na África.
LULA
O presidente Lula disse
ontem, ao chegar a Maputo
(Moçambique), que os EUA
são "apenas uma voz" dentro
conselho e que o Brasil tem o
apoio de França, Reino Unido e China para integrá-lo.
O presidente afirmou esperar que, a partir de agora,
Obama faça de seu apoio à
Índia um compromisso e impulsione mudanças na ONU.
Colaborou SIMONE IGLESIAS ,
enviada especial a Maputo
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