São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2010

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Governo brasileiro vê bom sinal em gesto americano a Nova Déli

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

"Boa notícia" e "bom sinal". Assim reagiu o Itamaraty à declaração do presidente Barack Obama de que os EUA poderão apoiar um pedido da Índia para ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Na avaliação brasileira, a sinalização de Obama não foi só a favor da entrada da Índia, mas de reforma do Conselho. Ele deixou isso claro ao dizer que as instituições internacionais devem refletir a realidade do século 21.
Para o Itamaraty, o fundamental é garantir a reforma, porque seria difícil excluir o Brasil, que cresce política e economicamente no cenário internacional e é considerado naturalmente "dentro".
O problema é que, para cada candidato, há um ou mais antagonistas. No caso brasileiro, o México e, até recentemente, também a Argentina.
Até para não diluir seu poder interno e não se ver obrigado a apoiar uns em detrimento de outros, os EUA vinham fugindo de uma manifestação mais objetiva. A declaração de Obama é encarada como "uma nota etapa".
O gesto dele não foi entendido como apenas uma gentileza diplomática de um visitante, mas um precedente. Na prática, Obama começou a retirar as resistências, hoje apoiadas num tripé: receio dos EUA de perder o controle sobre o conselho; temor chinês de dividir poder com o Japão; indefinição na África.

LULA
O presidente Lula disse ontem, ao chegar a Maputo (Moçambique), que os EUA são "apenas uma voz" dentro conselho e que o Brasil tem o apoio de França, Reino Unido e China para integrá-lo.
O presidente afirmou esperar que, a partir de agora, Obama faça de seu apoio à Índia um compromisso e impulsione mudanças na ONU.


Colaborou SIMONE IGLESIAS , enviada especial a Maputo


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