São Paulo, quarta-feira, 09 de novembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

'Chacal' enfrenta aos gritos 2º dia na corte

Ilich Ramírez Sánchez é acusado por atentado que matou 11 na França nos anos 1980

Leo Ramirez/France Presse
Protesto em Caracas pede a repatriação de "Carlos, o Chacal"

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

"Sou durão e vou morrer com espírito combativo", disse ontem o venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos, o Chacal".
O militante marxista e defensor da causa palestina já foi um dos terroristas mais procurados do mundo.
Hoje é acusado por quatro atentados em 1982 e 1983, que deixaram 11 mortos e quase 200 feridos na França.
Ontem foi o segundo dia de seu julgamento no Tribunal Criminal Especial de Paris.
"Sou durão. Não sou um pobre coitado e não exploro vítimas dos Estados terroristas", gritou Carlos, atrás do vidro blindado dos acusados.
Antes, um dos advogados de acusação o chamou de "falso revolucionário".
O réu também reclamou das condições de higiene de sua cela. Pediu permissão judicial para falar à imprensa e disse ao juiz que Iasser Arafat, líder palestino morto em 2004, teria lhe concedido "cidadania".
"Eu sou um revolucionário de profissão", assim se apresentou em corte anteontem.
Os advogados de Carlos, Isabelle Peyre -sua mulher- e Francis Vuillemin, afirmaram que o julgamento era "injusto e político". Segundo eles, as evidências contra o réu teriam sido fabricadas.
O veredicto deve sair até 16 de dezembro. A defesa alega que os atentados pelos quais Carlos é acusado prescreveram antes de ele ter sido capturado no Sudão em 1994.
Ele foi detido pelo serviço secreto francês, levado a Paris e preso ali, em uma operação que seus advogados afirmaram ser um "sequestro internacional".
Em 1997, Carlos foi condenado à prisão perpétua pela morte de três homens, entre eles dois espiões franceses.
Na Venezuela, o presidente, Hugo Chávez, pediu respeito aos direitos legais de Carlos durante o julgamento na França e o elogiou como "um guerrilheiro digno".


Texto Anterior: Chávez cria órgão para fixar 'preço justo'
Próximo Texto: Irã buscou a bomba, diz agência da ONU
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.