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TENSÃO PÓS-ELEITORAL
Irã ameaça lançar repressão total contra oposicionistas
DA FRANCE PRESSE
O governo iraniano ameaçou lançar uma repressão
implacável contra os manifestantes oposicionistas caso
não cessem os protestos antirregime, que ontem entraram no segundo dia.
"A partir de agora, não teremos nenhuma piedade em
relação a quem atuar contra
a segurança nacional. [Essas
pessoas] serão confrontadas
com firmeza", disse o promotor Gholamhossein Mohseini-Ejei. Ele afirmou ter
ordenado uma política de
"tolerância zero" contra
quem "viola a ordem".
O alerta sinaliza a crescente irritação de Teerã contra o
movimento que exige maiores liberdades e contesta o
resultado oficial do pleito
presidencial de junho -que
reelegeu o conservador
Mahmoud Ahmadinejad.
Um mês após as últimas
manifestações, estudantes
retomaram anteontem os
protestos e entraram em
confronto com as forças de
segurança e a milícia de voluntários Basij.
A polícia de Teerã anunciou ter detido anteontem ao
menos 200 manifestantes,
que aproveitaram a celebração do Dia do Estudante para
ir às ruas. Houve dezenas de
prisões em outras cidades.
O reformista Mir Hossein
Mousavi, candidato em junho e líder da oposição, está
em liberdade, mas seus passos são monitorados e cerceados pelos basij.
Ontem Mousavi foi, durante horas, impedido pelos
milicianos de sair do Museu
de Belas Artes de Teerã, do
qual é diretor. O reformista
chegou a bater boca com os
voluntários, pedindo que o
matassem logo caso fosse a
ordem recebida por eles.
A repressão à oposição,
criticada pelo Ocidente, alimenta outro foco de tensão
com as potências: o programa nuclear iraniano, que
Teerã diz ser pacífico. Ontem
o Irã acusou os EUA de abduzir um cientista nuclear iraniano na Arábia Saudita.
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