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IRAQUE OCUPADO
Com a formalização, o ex-ditador passa a ser protegido por direitos previstos nas Convenções de Genebra
EUA decidem que Saddam é prisioneiro de guerra
DA REDAÇÃO
Depois de idas e vindas, os EUA
declararam ontem que Saddam
Hussein é formalmente um prisioneiro de guerra. Assim, o ex-ditador iraquiano passa a ser protegido pelas Convenções de Genebra, um tratado internacional assinado em 1949 que garante direitos essenciais aos cativos, como o
de ter um advogado, e, entre outras coisas, proíbe a exibição pública de sua imagem.
O major Michael Shavers, porta-voz do Pentágono, declarou
que "Saddam está qualificado para receber -e está recebendo-
os direitos que lhe são garantidos
pelas Convenções de Genebra".
Segundo o Pentágono, a definição
do status do ex-ditador não mudará as condições sob as quais os
EUA o mantêm.
"Em suma, Saddam Hussein é o
líder das forças militares do antigo regime e foi capturado. Isso faz
dele um prisioneiro de guerra inimigo", declarou o major.
A decisão sobre o status final de
Saddam foi tomada nesta semana, segundo as autoridades americanas. Logo após a prisão do ex-ditador, em 13 de dezembro, as
forças dos EUA chegaram a declará-lo prisioneiro de guerra -embora, ao exibirem imagens do ex-ditador abatido, sujo e desorientado após sua captura, os EUA tenham violado essa condição. Três
dias depois, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, voltou atrás
e disse que Saddam não era um
prisioneiro de guerra.
Nesta semana, Rumsfeld reabriu a questão. Indagado, na terça-feira, se Saddam era prisioneiro de guerra, ele disse apenas que
o ex-ditador "estava em boas
mãos" e era tratado de acordo
com as Convenções de Genebra.
"É incomum você ter um prisioneiro de guerra tão graduado.
Acho que nós só queríamos ter
certeza de ter pensado em tudo o
que isso envolve", disse o major
Shavers ontem.
Desde sua captura, em um sítio
perto de Tikrit, sua cidade natal, o
ex-ditador está em um local não
revelado pelos EUA. Washington,
até agora, limitou-se a dizer que
ele não deixou o Iraque.
Segundo uma autoridade britânica que pediu anonimato, Saddam ainda não deu nenhuma informação útil a seus interrogadores americanos -nem sobre seu
suposto arsenal proibido nem sobre a insurgência iraquiana.
Com agências internacionais
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