São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2004

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IRAQUE OCUPADO

Com a formalização, o ex-ditador passa a ser protegido por direitos previstos nas Convenções de Genebra

EUA decidem que Saddam é prisioneiro de guerra

DA REDAÇÃO

Depois de idas e vindas, os EUA declararam ontem que Saddam Hussein é formalmente um prisioneiro de guerra. Assim, o ex-ditador iraquiano passa a ser protegido pelas Convenções de Genebra, um tratado internacional assinado em 1949 que garante direitos essenciais aos cativos, como o de ter um advogado, e, entre outras coisas, proíbe a exibição pública de sua imagem.
O major Michael Shavers, porta-voz do Pentágono, declarou que "Saddam está qualificado para receber -e está recebendo- os direitos que lhe são garantidos pelas Convenções de Genebra". Segundo o Pentágono, a definição do status do ex-ditador não mudará as condições sob as quais os EUA o mantêm.
"Em suma, Saddam Hussein é o líder das forças militares do antigo regime e foi capturado. Isso faz dele um prisioneiro de guerra inimigo", declarou o major.
A decisão sobre o status final de Saddam foi tomada nesta semana, segundo as autoridades americanas. Logo após a prisão do ex-ditador, em 13 de dezembro, as forças dos EUA chegaram a declará-lo prisioneiro de guerra -embora, ao exibirem imagens do ex-ditador abatido, sujo e desorientado após sua captura, os EUA tenham violado essa condição. Três dias depois, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, voltou atrás e disse que Saddam não era um prisioneiro de guerra.
Nesta semana, Rumsfeld reabriu a questão. Indagado, na terça-feira, se Saddam era prisioneiro de guerra, ele disse apenas que o ex-ditador "estava em boas mãos" e era tratado de acordo com as Convenções de Genebra.
"É incomum você ter um prisioneiro de guerra tão graduado. Acho que nós só queríamos ter certeza de ter pensado em tudo o que isso envolve", disse o major Shavers ontem.
Desde sua captura, em um sítio perto de Tikrit, sua cidade natal, o ex-ditador está em um local não revelado pelos EUA. Washington, até agora, limitou-se a dizer que ele não deixou o Iraque.
Segundo uma autoridade britânica que pediu anonimato, Saddam ainda não deu nenhuma informação útil a seus interrogadores americanos -nem sobre seu suposto arsenal proibido nem sobre a insurgência iraquiana.


Com agências internacionais


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