São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2004

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Atentado com bicicleta-bomba mata quatro diante de mesquita

DA REDAÇÃO

Pelo menos quatro pessoas morreram e 39 foram feridas ontem por um terrorista suicida que detonou uma bicicleta-bomba em frente a uma mesquita xiita. O atentado ocorreu em Baquba, 65 km ao norte de Bagdá, no fim das preces de sexta-feira -dia de orações para os islâmicos.
O homem detonou explosivos e um cilindro de gás amarrados a uma bicicleta após ter sido barrado em uma pequena mesquita, em frente à qual pessoas rezavam na calçada por causa da falta de espaço. Na mesma cidade, a polícia desarmou um carro-bomba estacionado perto de outra mesquita.
O incidente é mais um a fomentar os temores de violência sectária no Iraque pós-guerra, no qual a minoria sunita perdeu os privilégios que tinha sob a ditadura de Saddam Hussein e as mesquitas se tornaram alvo da insurgência. Em agosto, uma delas foi atingida por um carro-bomba em Najaf (sul), que matou 83 pessoas.
Baquba faz parte do Triângulo Sunita, conhecido por concentrar simpatizantes do regime deposto. Como tal, é palco de tensões e alvo de operações americanas.
Na mesma região, em Tikrit, uma operação americana envolvendo 300 membros da 4ª Divisão de Infantaria resultou na prisão de 46 supostos insurgentes, dos quais 16 já foram libertados.
Em Kirkuk, mais ao norte, dois policiais iraquianos foram mortos acidentalmente por soldados dos EUA. Segundo o chefe de polícia local, uma patrulha norte-americana abriu fogo por engano contra uma patrulha iraquiana. O incidente está sendo investigado.
Na capital, insurgentes em um carro dispararam três foguetes contra o hotel Burj al Hayat, que hospeda ocidentais. Algumas janelas e uma parede foram destruídas. Ninguém foi ferido.
Também ontem, o governo italiano anunciou que manterá no Iraque seus cerca de 2.000 soldados que estão hoje no país, e o Japão ordenou o destacamento de uma equipe avançada.
Washington também pediu permissão ao governo turco para usar uma base aérea no país durante o revezamento de tropas no Iraque, que começa neste mês. Durante a guerra, Ancara não cedeu bases ao EUA.
Na sede da ONU, em Nova York, o secretário-geral Kofi Annan deveria debater com diplomatas do Reino Unido e dos EUA a participação do organismo na transição política iraquiana, que culmina em 30 de junho.


Com agências internacionais

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