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Após oscilar, popularidade do democrata volta a subir
EDWARD LUCE
DO "FINANCIAL TIMES"
Nos EUA, o terrorismo em
geral beneficia o Partido Republicano. Mas a despeito da enxurrada de ataques contra Barack Obama, que incluíram as
já tradicionais críticas do ex-vice presidente Dick Cheney, a
popularidade do presidente
melhorou ligeiramente desde o
atentado frustrado do Natal.
Alguns dos partidários de
Obama reconhecem que ele se
equivocou na resposta inicial,
ao descrever o nigeriano aspirante a terrorista suicida como
"um extremista isolado".
Sentindo uma oportunidade,
os republicanos acusaram o
presidente de desatenção às
suas responsabilidades.
Em discurso na noite de
quinta para falar sobre terrorismo, Obama inverteu sua posição. Descreveu Umar Farouk
Abdulmutallab como "terrorista conhecido" e criticou o setor
de inteligência por "falha em ligar pontos" e prever o ataque.
Mas as críticas à condução de
Obama no episódio, com o qual
ele lidou em larga medida do
Havaí, onde estava de férias,
não parecem ter afetado sua
popularidade. Pela pesquisa
Gallup mais recente, sua aprovação é de 52%, após ter caído
abaixo dos 50% em momentos
de novembro e dezembro.
Enquanto isso, os números
mais recentes sobre a ansiedade do público, obtidos antes da
tentativa de atentado em Detroit, demonstram que só 3%
dos americanos consideram o
terrorismo como a maior preocupação. O tema era o 11º na lista de preocupações do público,
atrás do emprego, saúde, educação e o deficit no Orçamento.
"Cruzamos uma linha com o
furacão Katrina, em 2005, depois do que o público passou a
encarar com cinismo os alertas
de terrorismo de Washington,
se preocupando com outras
coisas", disse Michael Lind,
analista da centrista New America Foundation. "A menos que
aconteçam novos atentados, o
público continuará preocupado com a economia nos meses
que antecedem as eleições legislativas [de novembro]".
Ainda que o terrorismo agora
ocupe posição baixa na lista de
preocupações, uma grande parte dos americanos rejeita a decisão de julgar Khalid Sheikh
Mohammed, o organizador dos
atentados do 11 de Setembro,
em um tribunal civil, e não militar. E as pesquisas devem demonstrar resposta semelhante
diante da decisão de Obama de
conferir direitos legais civis a
Abdulmutallab.
Além disso, uma importante
parcela da população se opõe à
diluída decisão de Obama de fechar a prisão de Guantánamo,
em Cuba. Nada disso, no entanto, parece ter afetado a popularidade pessoal do presidente.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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