DA REDAÇÃO

O papa João Paulo 2º decidiu enviar um representante ao Iraque para reforçar seu apelo à paz e encorajar as autoridades iraquianas a colaborar mais com as inspeções de desarmamento da ONU e tentar evitar uma guerra.
O cardeal Roger Etchegaray, 80, presidente do Conselho Pontifício de Justiça e Paz, viaja hoje para Bagdá. Segundo o porta-voz Joaquín Navarro-Vals, sua missão será "mostrar a todos o apelo do Santo Padre em favor da paz e ajudar as autoridades iraquianas a fazer uma reflexão séria sobre a necessidade de uma cooperação internacional efetiva".
Não foram divulgados detalhes da missão, mas acredita-se que o cardeal Etchegaray, que levará uma mensagem pessoal do papa, deverá se encontrar com autoridades iraquianas, inclusive com o ditador do país, Saddam Hussein.
O Vaticano tem manifestado oposição a um ataque ao Iraque sem autorização da ONU. Ontem, João Paulo 2º voltou a falar sobre a crise iraquiana ao saudar os fiéis na praça de São Pedro. "Nesse momento de preocupação internacional, todos nós sentimos a necessidade de nos voltarmos ao senhor para implorar pela grande benção da paz", disse.
Em 2000, Etchegaray mediou um acordo entre Israel e lideranças palestinas para colocar um fim ao cerco da Basílica da Natividade, em Belém (Cisjordânia). A igreja, uma das mais sagradas do cristianismo, havia sido invadida por atiradores palestinos e permaneceu cercada por forças israelenses durante semanas.
Na próxima sexta, João Paulo 2º receberá o vice-premiê iraquiano, Tareq Azis, no Vaticano. No dia 18, se encontrará com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Em 2000, ano do Jubileu, o papa pretendia visitar a cidade de Ur, onde nasceu Abraão (patriarca hebreu e uma das principais figuras do Velho Testamento), mas o Iraque não deu as garantias de segurança necessárias.



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