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São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 2003

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TERROR

Autoridades acreditam que pode haver mais vítimas sob os escombros e investigam possível conexão internacional

Protesto contra atentado reúne 20 mil em Bogotá

Luis Costa/France Presse
Colombianos participam de um ato contra o atentado terrorista da última sexta-feira, em Bogotá


DA REDAÇÃO

Cerca de 20 mil colombianos, muitos deles vestidos de branco, foram ontem às ruas de Bogotá para protestar contra o atentado terrorista na última sexta-feira que provocou a morte de 32 pessoas (incluindo seis crianças) e deixou mais de 160 feridos.
Equipes de resgate continuavam procurando ontem por sobreviventes sob os escombros do clube El Nogal, no centro financeiro de Bogotá, que foi parcialmente destruído pela explosão.
As equipes trabalhavam devagar porque temiam que sua atividade provocasse novos desabamentos na estrutura do prédio. Autoridades acreditam que pode haver mais pessoas sob os destroços do edifício, pois ainda é grande o número de desaparecidos, que não está sendo divulgado como medida de precaução.
Segundo a Secretaria de Saúde, 56 feridos permanecem hospitalizados, sete em estado crítico.
Ontem, funcionários da agência norte-americana de Tabaco, Álcool e Armas de Fogo estiveram nos escombros para tentar determinar o tipo de explosivo usado. Autoridades colombianas suspeitam de que pode haver uma conexão entre a explosão do El Nogal, que elas atribuem às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), e grupos terroristas internacionais. Mencionaram especificamente o IRA (Exército Republicano Irlandês). Supostos membros do IRA estão sendo julgados em Bogotá, pela acusação de treinar guerrilheiros das Farc. Oficialmente, porém, o grupo aceitou depor armas em 1997 e deixou de realizar atentados.
As Farc emitiram um comunicado pela internet afirmando que o El Nogal era frequentado por paramilitares de extrema direita. No texto, as Farc não assumem responsabilidade pelo atentado. Mas não é incomum que o grupo divulgue uma suposta justificativa para o ato e só depois assuma sua autoria. "Dentro do luxuoso clube, políticos e empresários frequentemente se encontravam com porta-vozes dos paramilitares", disse o comunicado.
Um carro-bomba cheio de explosivos (aparentemente uma mistura de C4 com nitrato de amônio) explodiu no terceiro andar da garagem do clube na sexta-feira à noite. Havia centenas de pessoas no local, no qual ocorriam várias atividades, incluindo um casamento, uma apresentação de balé e uma festa infantil.
A explosão solapou algumas estruturas de concreto e incendiou tanques de gasolina de outros carros, o que levou à destruição de parte do edifício principal.


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