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Especialista vê descrença dos palestinos
SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL
Para os palestinos, pouco
importa quem ganhar a eleição de Israel, disse à Folha
Nadia Hijab, analista do Instituto de Estudos Palestinos
de Washington. "Não há nenhuma esperança de mudança de tratamento por
parte de Israel, independentemente de quem for eleito.
Teoricamente, os trabalhistas são mais moderados e o
Kadima é um partido de centro. Mas, para os palestinos,
os recentes ataques contra
Gaza são dignos da mais extremista direita", afirma.
Na avaliação da analista,
nenhum governo israelense
mostrou-se verdadeiramente comprometido com a paz.
"A ferocidade dos ataques
contra Gaza reflete o comportamento padrão do Estado de Israel desde a sua criação, começando com a expulsão de milhares de palestinos em 1948, passando pelas invasões do Líbano e chegando aos dias de hoje."
De acordo com ela, os
grandes partidos israelenses
compartilham do objetivo
estratégico de minar as instituições palestinas. "O cenário atual lembra o de 2002,
quando Israel invadiu a Cisjordânia supostamente para
se proteger de atentados suicidas [da Segunda Intifada] e
acabou destruindo as forças
de segurança, os ministérios
etc. Tudo muito parecido
com o que aconteceu em Gaza", disse.
Segundo ela, a descrença
dos palestinos alimenta o ceticismo em relação à solução
de dois Estados, que vem
norteando as conversas de
paz no Oriente Médio desde
os Acordos de Oslo, de 1993.
"Muitos palestinos hoje
pedem um Estado binacional [árabe e judeu] no qual
todos os cidadãos tenham os
mesmo direitos. A ideia se
fortalece por causa da expansão incessante dos assentamentos judaicos na
Cisjordânia e do fracasso do
processo de paz que busca
dois Estados."
Embora defenda um Estado binacional, ela não vê
perspectiva de mudança nas
negociações, já que nem o
novo governo americano
nem os israelenses apoiam a
ideia. "Barack Obama deve
seguir buscando dois Estados. Mas talvez seja tarde demais para essa solução", diz.
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