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Correa pede a deputados que aceitem destituição
Justiça eleitoral afirma estar "firme" na decisão de afastar 57 dos 100 legisladores
Congressistas se reúnem em hotel para negociar solução do impasse; OEA diz que acompanha crise, mas respalda governo de Quito
Patricio Realpe/Associated Press
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O presidente Correa faz discurso para simpatizantes em Quito |
DA REDAÇÃO
O presidente do Equador,
Rafael Correa, pediu ontem aos
deputados destituídos que acatem a decisão do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).
Em um discurso feito em
Quito, Correa afirmou que venceu seus opositores com seu
projeto de convocar uma Assembléia Constituinte dotada
de plenos poderes. Os deputados refutam a idéia, temendo
que o Congresso seja dissolvido
se a Constituinte for aprovada.
O ministro do Interior, Gustavo Larrea, também culpou o
Congresso pela crise política.
O pedido de Correa ocorreu
no mesmo dia em que o TSE
afirmou que se mantém "firme" na decisão de afastar 57
dos cem congressistas.
"A resolução adotada na
quarta-feira está firme e vai ser
publicada no "Diário Oficial",
mas deve ser cumprida imediatamente", disse Hernán Ribadeneira, um dos quatro conselheiros do órgão eleitoral que
votaram a destituição dos deputados.
Os deputados foram destituídos após terem votado a substituição do presidente do TSE,
Jorge Acosta. O órgão eleitoral
aprovou a realização de um plebiscito, no dia 15 de abril, sobre
a convocação da Assembléia
Constituinte, mas a bancada
oposicionista acusa os juízes de
não terem submetido ao Congresso alterações no projeto
feitas pelo governo depois que a
consulta popular já havia sido
aprovada no Legislativo.
Ontem não havia sessão no
Congresso. Mesmo assim, o
edifício amanheceu cercado
por cerca de 800 policiais, que
tinham ordens de impedir a entrada dos deputados sancionados. O TSE entregava credenciais para os deputados suplentes, para que eles pudessem assumir o posto no Congresso.
Mas, de acordo com o jornal
equatoriano "El Comercio", os
suplentes não poderiam assumir, pois, se não há sessão no
Congresso, os suplentes não
podem ocupar seus lugares e,
para que haja sessão, é necessária a presença de 51 congressistas -mas restam apenas 43.
Os deputados se reuniram
ontem em um hotel de Quito
para tentar encontrar alternativas para a situação. Após afirmarem que não acatariam a decisão do TSE, alguns líderes da
coalizão de direita moderaram
o discurso e se disseram dispostos a um acordo com o órgão
eleitoral.
Na noite de quinta-feira,
após o Tribunal Constitucional
ter aceitado analisar o pedido
de inconstitucionalidade do
plebiscito, feito pelo Congresso, o presidente Correa afirmou que não respeitaria nenhuma regra que se opusesse à
realização da consulta popular.
Ontem o TC advertiu Correa
de que suas atitudes podem ser
consideradas ilegais se ele ignorar uma eventual decisão do
tribunal contra o plebiscito.
"Não é possível pensar que o
presidente diga que não vai respeitar as decisões do mais alto
tribunal de Justiça", afirmou
Santiago Velázquez, presidente
do Tribunal Constitucional.
A Organização dos Estados
Americanos (OEA) informou
que "acompanha com atenção"
a crise política no Equador. O
secretário da OEA, José Miguel
Insulza, manifestou seu respaldo aos esforços de Correa em
levar "adiante o processo constitucional, que quer pôr fim à
falta de estabilidade crônica
que afeta o Equador nas últimas décadas".
Em um comunicado intitulado "Intolerable" (intolerável), a
Associação Equatoriana de
Editores de Jornais (Aedep)
pediu ontem uma retificação
do que ela considera "uma conduta que lesa" os interesses nacionais. O comunicado estava
no portal dos principais jornais
equatorianos e Correa o considerou "imoral", afirmando que
o artigo "coloca no mesmo saco
os três Poderes".
Com agência internacionais
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