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Novo ataque atinge indústria petroleira em região rebelada
Em Zawiyah, perto de Trípoli, há relatos de
dezenas de corpos entre ruínas de prédios
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A BENGHAZI
Em outro dia de intensos
bombardeios aéreos contra
rebeldes no leste do país, a
aviação de Muammar Gaddafi atingiu uma instalação
petrolífera na cidade portuária de Ras Lanuf, causando
uma série de explosões.
Há suspeita de dezenas de
mortos e feridos no ataque,
que reforçou os apelos da liderança rebelde à comunidade internacional por uma zona de exclusão aérea no país.
No oeste, Zawiyah viveu o
quarto dia de duros confrontos, que incluiu disparos de
tanques das forças pró-Gaddafi contra a praça central tomada pelos insurgentes.
A TV estatal chegou a
anunciar que a cidade, a 50
km da capital, Trípoli, estava
sob o controle do governo e
exibiu imagens de residentes
comemorando com fotos de
Gaddafi. Os rebeldes desmentiram, em mais um capítulo da guerra de versões.
Mas há relatos de dezenas
de corpos entre ruínas de
prédios destruídos no centro
de Zawiyah. Um morador
disse à BBC que, só ontem,
os confrontos mataram 40.
Em Ras Lanuf, o posto
mais avançado do levante no
leste, os ataques aéreos fizeram pela primeira vez o que
muitos rebeldes duvidavam
que Gaddafi ousaria: atingir
a indústria do petróleo, coração da economia do país.
Uma espessa coluna de fumaça encheu os céus enquanto os rebeldes disparavam morteiros contra Bin Jawad, que desde sábado tem
sido fortaleza pró-Gaddafi.
Com o ataque a Ras Lanuf,
o preço do petróleo do tipo
Brent voltou a subir, após recuo de 2,5% no início da semana. Ontem, o barril fechou
a US$ 115,94, alta de 2,54%.
Apesar da óbvia superioridade do arsenal do ditador, a
liderança rebelde rejeita armas do exterior e diz que basta a zona de exclusão. "Temos recursos para enfrentar
Gaddafi", disse à Folha o
porta-voz do conselho rebelde, Abdel Hafez Ghoga.
Três jornalistas da rede
britânica BBC relataram ter
sido presos, torturados e submetidos a uma "falsa execução" pelas forças de Gaddafi
quando tentavam entrar em
Zawiyah. Presos na segunda,
eles ficaram detidos por 21
horas antes de deixar a Líbia.
Com agências de notícias
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