São Paulo, quinta-feira, 10 de março de 2011

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Novo ataque atinge indústria petroleira em região rebelada

Em Zawiyah, perto de Trípoli, há relatos de dezenas de corpos entre ruínas de prédios

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A BENGHAZI

Em outro dia de intensos bombardeios aéreos contra rebeldes no leste do país, a aviação de Muammar Gaddafi atingiu uma instalação petrolífera na cidade portuária de Ras Lanuf, causando uma série de explosões.
Há suspeita de dezenas de mortos e feridos no ataque, que reforçou os apelos da liderança rebelde à comunidade internacional por uma zona de exclusão aérea no país.
No oeste, Zawiyah viveu o quarto dia de duros confrontos, que incluiu disparos de tanques das forças pró-Gaddafi contra a praça central tomada pelos insurgentes.
A TV estatal chegou a anunciar que a cidade, a 50 km da capital, Trípoli, estava sob o controle do governo e exibiu imagens de residentes comemorando com fotos de Gaddafi. Os rebeldes desmentiram, em mais um capítulo da guerra de versões.
Mas há relatos de dezenas de corpos entre ruínas de prédios destruídos no centro de Zawiyah. Um morador disse à BBC que, só ontem, os confrontos mataram 40.
Em Ras Lanuf, o posto mais avançado do levante no leste, os ataques aéreos fizeram pela primeira vez o que muitos rebeldes duvidavam que Gaddafi ousaria: atingir a indústria do petróleo, coração da economia do país.
Uma espessa coluna de fumaça encheu os céus enquanto os rebeldes disparavam morteiros contra Bin Jawad, que desde sábado tem sido fortaleza pró-Gaddafi.
Com o ataque a Ras Lanuf, o preço do petróleo do tipo Brent voltou a subir, após recuo de 2,5% no início da semana. Ontem, o barril fechou a US$ 115,94, alta de 2,54%.
Apesar da óbvia superioridade do arsenal do ditador, a liderança rebelde rejeita armas do exterior e diz que basta a zona de exclusão. "Temos recursos para enfrentar Gaddafi", disse à Folha o porta-voz do conselho rebelde, Abdel Hafez Ghoga.
Três jornalistas da rede britânica BBC relataram ter sido presos, torturados e submetidos a uma "falsa execução" pelas forças de Gaddafi quando tentavam entrar em Zawiyah. Presos na segunda, eles ficaram detidos por 21 horas antes de deixar a Líbia.


Com agências de notícias


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